11 set, 2019 - 12:49 • Lusa com Redação
Mais de 70 locais da cidade e freguesias de Vila Nova de Gaia vão ser "tatuados" com versos de poetas lusófonos do século XIX e XX para "levar as pessoas a refletirem".
Rui Spranger, coordenador do projeto 'Tatuar a Cidade', promovido no âmbito do FIGaia - Fórum Internacional de Gaia, explicou que o objetivo desta iniciativa é "surpreender as pessoas e provocar nelas o mistério, encantamento e reflexão".
"Por ser o ano nacional da cooperação, cujo tema é 'Cooperação em Português', escolhemos a palavra poética como expoente máximo da língua, e a nossa ideia é levar a poesia a todo o lado", frisou.
Segundo Rui Spranger, 77 locais do concelho de Vila Nova de Gaia vão ser tatuados com versos retirados de poetas lusófonos, sendo que a maioria desses poemas vai "ao encontro do lugar" onde vão estar pintados "para sempre".
"Tentámos que os poemas que estão por detrás desses versos estivessem relacionados com os locais. Por exemplo, na zona costeira os verões têm uma ligação muito forte com o mar, no centro paroquial o verso está relacionado com o amor, porque é uma igreja muito frequentada por mulheres grávidas que vão pedir proteção e saúde para os seus bebés", exemplificou.
À Lusa, o coordenador explicou que o mote para esta iniciativa foi o livro "Língua de Sal – Antologia Mínima de Língua Portuguesa", que será apresentado durante o FIGaia, e que reúne poemas de 70 ilustres figuras líricas, como Fernando Pessoa, António Nobre e Maria Alberta Menéres.
Apesar de ter sido uma "verdadeira viagem por todo mundo à procura dos herdeiros" destes poetas, Rui Spranger e Isaque Ferreira conseguiram reunir obras de 70 líricos do século XIX e XX.
O livro "Língua de Sal – Antologia Mínima de Língua Portuguesa" é composto apenas por uma obra de cada poeta, à exceção de Fernando Pessoa, onde foram adotadas também as obras dos seus heterónimos: Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Bernardo Soares.