10 set, 2019 - 12:50 • Rui Viegas
Trata-se de uma "herança". É deste modo que Rui Barreiro analisa o saldo negativo de 7,9 milhões de euros da SAD do Sporting, no fecho do exercício da última época, que irá ser apresentado em assembleia geral de acionista.
Segundo o antigo conselheiro leonino, em entrevista a Bola Branca, a equipa de Alvalade precisa dos encaixes da Champions League, aliados a resultados domésticos, de forma a equilibrar as suas contas.
"Não era novidade para niguém que a situação herdada era uma situação complexa e, por isso, as contas espelham essa dificuldade com que se debate o Sporting. É preciso urgentemente chegar à Liga dos Campeões e de ter resultados desportivos internos que lhe permitam alcançar esse objetivo. Com jogadores cujos custos não sejam tão altos. Portanto, é uma equação difícil", reconhece Barreiro.
O antigo conselheiro leonino desvaloriza a possibilidade de o presidente Frederico Varandas passar a auferir 182 mil euros anuais brutos, em vez dos atuais 120 mil. Até porque há "outros" que pagam mais aos seus administradores das sociedades que gerem o futebol profissional, lembra sem concretizar.
"O Sporting não está no topo dos encargos com as administrações. O Sporting tem uma SAD, com um volume de negócios que ultrapassou os 150 milhões de euros e, não me parece que possa haver polémica em relação a essa matéria. É correcto que os dirigentes da SAD sejam devidamente remunerados e depois possam ser responsabilizados pelas suas decisões, boas ou más", sustenta.
Viviano: dois milhões a treinarem à parte?
"De férias em Lisboa". Foi assim que o guarda-redes italiano Emiliano Viviano descreveu à imprensa do seu país a situação que atravessa no Sporting. O ex-Sampdória, de 33 anos, trabalha à parte, não joga e ganha cerca de dois milhões de euros, limpos, por ano. A saída dos quadros verde e brancos teria sido uma solução no último mercado, mas não aconteceu. Confrontado com este "caso" do plantel, Rui Barreiro lamenta-a e "pede" para que os reforços rendam.
"Se olharmos para as contratações, verificamos que houve investimento significativo na compra de jogadores e é importante que esses jogadores possam dar as respostas que esperamos. Como sejam, neste relatório e contas, os casos de Doumbia, Borja, Ilori, Gonzalo Plata, Renan Ribeiro, Luiz Phellype, Vietto, Camacho, Rosier e Luís Neto", diz, antes de apelar ao respeito pelos contratos celebrados. Ou seja, também com o que foi assinado com o guarda-redes Viviano.
"É uma triangulação que terá de ser feita entre jogador, equipa técnica e direção no sentido de defender os interesses do Sporting, porque que é para isso que eles lá estão. Custa-me sempre ver situação destas, pois quando as instituições fazem contratos com jogadores devem respeitá-los. Não gosto de situações destas, de jogadores a treinar à parte, e outras do género", termina.