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Carrinha vai percorrer as Terras de Sicó para saber como se vive no meio rural

06 set, 2019 - 16:40 • Liliana Carona

São avaliados alguns parâmetros, como o equilíbrio, pressão arterial, função pulmonar, frequência cardíaca, tempo de reação e flexibilidade. Cada participante recebe um relatório dessa avaliação e acompanhamento personalizado, através de recomendações sobre hábitos saudáveis.

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Carrinha vai percorrer aldeias para saber como se vive no meio rural - reportagem de Liliana Carona

Uma carrinha, com uma equipa multidisciplinar, está a percorrer as aldeias e vilas da região das Terras de Sicó para perceber o estilo de vida no meio rural, no âmbito do projeto europeu HeaLIQs4Cities, implementado pelo Instituto Pedro Nunes e a Universidade de Coimbra.

São avaliados alguns parâmetros, como o equilíbrio, pressão arterial, função pulmonar, frequência cardíaca, tempo de reação e flexibilidade. Cada participante recebe um relatório dessa avaliação e acompanhamento personalizado, através de recomendações sobre hábitos saudáveis.

“Nem sei bem explicar, sentei-me no chão a fazer ginástica, fui ao peso, carreguei nos botões, dizem-me que está tudo muito bem”, conta Maria Fernanda Teixeira, 74 anos, depois de passar pelo interior da carrinha Vida+Móvel. A idosa vive em Degracias, concelho de Soure, que recebeu a visita da carrinha.

Fernanda ficou a saber que tem que caminhar mais, pelo menos foi esse o resultado da avaliação feita no âmbito do projeto europeu promovido pelo Instituto Pedro Nunes (uma das frentes da Universidade de Coimbra para o tecido empresarial) e a Universidade de Coimbra.

O coordenador é António Cunha, 43 anos. “Por um lado, há um conjunto de perguntas que a pessoa responde através de um tablet e depois há um périplo onde são avaliados alguns parâmetros, através de equipamentos de medida, como o equilíbrio, pressão arterial, função pulmonar, frequência cardíaca, tempo de reação e flexibilidade”, descreve o engenheiro eletrotécnico.

António Cunha salienta que o objetivo é, que passar pela carrinha Vida+Móvel, “leve três ou quatro folhas com a avaliação do estilo de vida, ou seja, é usar a ciência, mas que gere um impacto direto no cidadão, porque leva para casa recomendações de como melhorar”.

Trata-se de uma “equipa transversal, que vai desde a medicina à psicologia, que pudesse pontuar no estilo de vida. São seis pessoas que vão na carrinha”, descreve.

“A Universidade de Coimbra preparou o questionário, mas foi preciso desenvolver a ferramenta, desde a ligação com os dispositivos médicos e os tablets”, afirma António.

E José Cordeiro, 77 anos, já levou alguns conselhos para ter um estilo de vida mais saudável. “A alimentação é à minha maneira”, assume, admitindo que “há peso a mais, mas não consigo diminuir”, lamenta sem deixar de fazer um apelo. “Precisávamos era do centro de saúde aberto, que é uma vergonha, era novo e fecharam-no”, conclui.

A carrinha passou para avaliar o estilo de vida nos meios rurais e os habitantes aproveitaram para recordar o que por ali faz falta. “Falta-nos um sítio que tivéssemos atividades, onde cantássemos e nos divertíssemos, mas só enquanto tivermos juízo, no final quando perdermos o juízo, já não vale a pena”, defende Maria Fernanda Teixeira.

Entre 4 e 22 de setembro, a carrinha Vida+ Móvel vai andar a circular por aldeias e vilas da região das Terras de Sicó para proporcionar um serviço de proximidade na promoção da saúde e prevenção da doença nestas zonas mais isoladas e envelhecidas do interior. Neste projeto europeu está ainda envolvida Groningen na região norte da Holanda, Sevilha e Copenhaga.

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