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Suécia

H&M suspende importação de couro brasileiro devido aos incêndios na Amazónia

06 set, 2019 - 07:51 • Redação

Decisão é avançada no mesmo dia em que o Governo de Bolsonaro lança uma campanha publicitária que assume que o país é “um exemplo global de preservação, conservação e sustentabilidade ambiental”.

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O gigante da moda H&M anunciou, na quinta-feira, que vai suspender a compra de couro ao Brasil "devido à conexão dos graves incêndios da Amazónia com a produção animal".

A empresa sueca, a segunda maior revendedora de moda do mundo, a seguir à espanhola Inditex, anunciou a decisão em comunicado, precisamente no dia em que o Governo de Jair Bolsonaro lança uma campanha publicitária dentro e fora das suas fronteiras para reafirmar a soberania brasileira sobre a região afetada pelos fogos.

Os incêndios de agosto queimaram quatro vezes mais a superfície amazónica em comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados do Instituto de Pesquisas Espaciais. O equivalente a 4,2 milhões de campos de futebol, refere a WWF.

A H&M explicou na nota enviada que a suspensão estará em vigor "até que existam sistemas de controlo confiáveis que averiguam que o couro não contribui para os danos ambientais na Amazónia".

A empresa sueca junta-se assim à VFcorp, proprietário da Vans, Timberland e The North Face, que na última semana anunciou que parou de comprar couro ao Brasil.

As exportações brasileiras de couro totalizaram 1.300 milhões de euros em 2018, direcionadas principalmente para os Estados Unidos, China e Itália, de acordo com o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil.

Uma porta-voz da H&M explicou à Reuters que apenas uma pequena parte do couro que a empresa usa é brasileira, porque a maioria tem origem europeia.

A campanha governamental “Amazónia para o Brasil” afirma a região em termos patrióticos e presume que o país é “um exemplo global de preservação, conservação e sustentabilidade ambiental”, além de lembrar que mantém intactos 84% da sua flora na Amazónia e 60% no Brasil.

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