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Piloto morre em queda de helicóptero de combate a incêndios em Valongo

05 set, 2019 - 16:46 • Sandra Afonso, com Lusa

Piloto de 36 anos era o único tripulante do aparelho. Acidente aconteceu na zona de Sobrado. Helicóptero tinha acabado de deixar um grupo de bombeiros no solo.

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Um morto é o balanço trágico da queda de um helicóptero de combate a incêndios. O acidente aconteceu esta quinta-feira à tarde em Sobrado, no concelho de Valongo.

O piloto era o único ocupante do aparelho e morreu na sequência da queda, disse à Renascença fonte da Afocelca, uma força de operacionais de combate a incêndios do setor da indústria do papel.

O piloto, que também era bombeiro, pertencia àquele corpo especial de combate a incêndios de duas empresas da área da pasta e do papel (Altri e Navigator), que costumam trabalhar com a Proteção Civil.

A vítima era comandante dos Bombeiros Voluntários de Cete, em Paredes, adiantou à agência Lusa fonte da câmara local. Noel Ferreira, de 36 anos, assumia a liderança da corporação há cerca de dois anos.

O helicóptero transportava uma equipa de bombeiros, que tinha sido largada, antes de se despenhar.

Segundo a mesma fonte da empresa Afocelca, as causas ainda estão a ser apuradas.

O alerta para o incêndio foi dado pelas 16h05. Segundo informação da Proteção Civil, na página oficial consultada pelas 16h45, no combate às chamas estavam 47 operacionais, apoiados por 10 viaturas e dois meios aéreos.

Uma testemunha disse ao "Jornal de Notícias" que viu o helicóptero chocar com um poste de alta tensão.

"Era um comandante com muita experiência"

Em declarações aos jornalistas no local do acidente, o comandante Bruno Fonseca, dos Bombeiros Valongo, disse que a aeronave foi localizada, confirmou a morte do piloto e está a aguardar a chegada das equipas de investigação.

"Era um comandante com muita experiência, muito humilde, fiz recruta com ele na Força Aérea em 1998. Envio condolências à família e amigos e a todos os que trabalharam com este grande profissional", declarou o comandante Bruno Fonseca.

O responsável ouviu relatos de que o helicóptero terá chocado com cabos de alta tensão, mas não está em condições de confirmar essa informação.

Marcelo e Costa enviam condolências

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, dirigiu condolências aos familiares de piloto que perdeu a vida num combate a um incêndio em Sobrado.

Segundo a página oficial da presidência, "foi com grande consternação que o Presidente da República acabou de receber a trágica notícia que dá conta da queda de um Celca durante o combate a um incêndio na zona de Valongo, da qual resultou, infelizmente, a perda de vida do piloto, dirigindo por isso aos seus familiares e amigos uma palavra de sentidas condolências".

"O Presidente da República quer ainda agradecer a todos os homens e mulheres que estão no terreno, mesmo perante um momento tão difícil como o da perda de um colega e concidadão, por continuaram a sua exigente missão de proteger o próximo", acrescenta a mensagem.

O primeiro-ministro, António Costa, transmitiu o seu "profundo pesar" pela morte do capitão Noel Ferreira. "Foi com profundo pesar que tomei conhecimento do falecimento do capitão Noel Ferreira, comandante dos Bombeiros Voluntários de Cete, Paredes, que operava um helicóptero de combate a incêndios ao serviço da Afocelca", escreveu o primeiro-ministro, numa mensagem publicada na rede social Twitter.

Na mensagem, António Costa referiu que transmitiu "os sentidos pêsames à família e amigos e uma palavra de agradecimento e confiança a todos os que diariamente dão o seu melhor neste combate que é todos".

O ministro da Administração Interna manifestou "profundo pesar" pela morte do piloto do helicóptero, salientando a sua "dedicação ao serviço dos portugueses". Em comunicado, Eduardo Cabrita transmite, "neste momento trágico, um voto de solidariedade aos familiares, amigos e colegas da vítima", destacando "a dedicação de Noel Ferreira, ao longo de muitos anos, como comandante de bombeiros e como piloto, ao serviço dos portugueses e da sua segurança".

Uma equipa do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) está a caminho de Valongo.

"Fomos notificados do acidente e uma equipa de investigação está a caminho para recolha de evidências", disse à agência Lusa Nelson Oliveira, diretor do GPIAAF.

O responsável explicou que "nem sempre há uma deslocação" ao local pelo Gabinete, mas "atendendo às circunstâncias" do acidente em Valongo, nomeadamente a "aeronave danificada" e a morte do piloto, justifica-se a mobilização de uma equipa.

Este é o oitavo acidente em dois meses com aeronaves de combate a incêndios.

[notícia atualizada às 23h07]

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