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Legislativas 2019

Rui Rio e Assunção Cristas "sem ressentimentos". Separados na campanha, querem estar juntos no Governo

05 set, 2019 - 21:07 • Redação

A política fiscal é um bom exemplo para ver como há convergência entre PSD e CDS, mas também diferenças. Essa pode ser uma das conclusões do frente-a-frente entre os líderes dos dois partidos, esta quinta-feira, na SIC.

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Rui Rio e Assunção Cristas defenderam, em entrevista à SIC, que faz sentido PSD e CDS avançaram separados para as legislativas de 6 de outubro, na certeza de que farão uma coligação pós-eleitoral para impedir um novo Governo socialista.

O líder do PSD admite que uma coligação eleitoral poderia permitir ganhar “mais dois ou três deputados”, mas considera “a situação normal é os partidos irem a votos separados” para “marcarem a identidade”.

Rui Rio lembrou o historial de alianças governamentais entre PSD e CDS e recordou que venceu as suas primeiras eleições, para a Associação Académica da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, contou com o apoio dos centristas.

A líder do CDS, Assunção Cristas, sublinha que o partido “tem um passado construído com o PSD, em momentos dolorosos e de grande fragilidade do país”, mais recentemente na sequência da intervenção da troika.

“Há uma capacidade de os dois partidos se entenderem, mas as coisas mudaram em 2015 e faz sentido cada um dos partidos apresentar-se aos eleitores e mostrar prioridades e posicionamento político. O CDS sabe muito bem onde estão, espaço centro-direita em Portugal”, declarou Assunção Cristas.

No debate desta quinta-feira na SIC, Rui Rio garantiu que não está ressentido com Assunção Cristas e a antiga ministra fez questão de salientar que “o CDS é o único partido que diz com clareza cristalina que não fará nenhum acordo estável com o PS, não estará no Governo nem dará apoio a um Governo de António Costa. Não daremos a mão ao PS”.

A minha política fiscal é "mais ambiciosa" do que a tua

A política fiscal é um bom exemplo para ver como há convergência entre PSD e CDS, mas também diferenças. Essa pode ser uma das conclusões do frente-a-frente entre os líderes dos dois partidos, esta quinta-feira, na SIC.

O CDS quer usar 60% do excedente orçamental para descer impostos, o PSD também promete reduzir a carga fiscal, mas de forma mais contida (25%) e aumentando, ao mesmo tempo, o investimento público e abatendo a despesa.

Diferenças que levaram a líder centrista, Assunção Cristas, a dizer que o seu partido é mais “ambicioso”.

“Este exemplo da baixa de impostos é bom exemplo para perceber que CDS e PSD convergem num aspeto essencial, mas depois o grau de compromisso é diferente. O CDS entende que 60% deve ser para baixar impostos e 40% para a dívida. É mais ambicioso e de forma mais intensa”, declarou.

O líder do PSD, Rui Rio, considera que a sua proposta em matéria fiscal para o país é uma mistura de “prudência com ambição", que tem como base o cenário macroeconómico do Conselho de Finanças Públicas.

Assunções Cristas e Rui Rio recusaram o regresso do horário de 40 horas na Função Pública, apresentando argumentos diferentes.

O presidente social-democrata admite que o Governo de António Costa fez mal em passar das 35 para as 40 horas, afirma que provavelmente até ganharia votos com reversão da medida, mas defende que é preciso “estabilidade” e não se pode estar sempre a mudar.

A líder do CDS critica dois modelos diferentes de 35 horas no público e 40 no privado, mas explica que a medida tinha caráter excecional, como referiu o Tribunal Constitucional. “Prefiro baixar impostos a reverte 35 para 40 horas, não há dinheiro para tudo”, argumenta.

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