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Câmara de Gaia toma “medidas drásticas" contra bactéria "Xystella Fastidiosa"

28 ago, 2019 - 20:39 • Hugo Monteiro , com redação

Em declarações à Renascença, o vereador Valentim Miranda adianta que o objetivo é não deixar que a infeção chegue a territórios como o Douro ou o Alentejo e evitar prejuízos, situação que poderia ser dramática, por exemplo, para a produção de vinho.

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A Câmara de Gaia garante estar a tomar medidas drásticas para conter o avanço da contaminação pela "Xystella Fastidiosa" nas zonas verdes da cidade, uma bactéria que está associada a várias dezenas de espécies e géneros de plantas - entre elas, a amendoeira, a cerejeira, a oliveira e o sobreiro. Só em Vila Nova de Gaia já há mais de 30 focos da doença e a autarquia procura que não alastre.

A Renascença falou com o vereador do ambiente da Câmara, Valentim Miranda. A autarquia assume que há várias dezenas de focos da doença no concelho - em praticamente todas as freguesias - depois de ter sido detetada, pela primeira vez, no Zoo de Santo Inácio.

No entanto, está tudo a ser feito para conter a progressão da área contaminada por esta bactéria. Isto tendo em conta que a bactéria como que "viaja" de planta para planta ou de árvore para árvore transportada por um pequeno inseto e que, como tal, é impossível de eliminar.

No entanto, cumprindo as diretivas do Governo, sempre que há um foco, as árvores atingidas são abatidas. Uma operação de abate que se estende por 100 metros, e criado uma zona tampão de cinco quilómetros, explica o vereador do Ambiente da Câmara de Gaia, Valentim Miranda.

“Têm sido medidas drásticas. Estamos sempre a fazer análises periódicas, quase dia sim, dia sim. Não há, neste momento, cura ou tratamento que ponha fim a esta praga. O único processo de cura é o abate natural e queimar todas as plantas.”

Valentim Miranda adianta que o objetivo da autarquia é não deixar que a infeção chegue a territórios como o Douro ou o Alentejo e evitar prejuízos, situação que poderia ser dramática, por exemplo, para a produção de vinho.

“Isto é um inseto, ele passa de um lado para o outro e nós não conseguimos ter esse controlo. É algo que nos preocupa, porque há determinadas áreas e espécies que são vitais para a nossa economia, como é caso da vinha, sobreiros ou oliveiras. Nós pretendemos controlar. Imagine que isto chega ao Alentejo ou ao Douro, onde for detetada a primeira análise positiva, num raio de cem metros, é tudo destruído daquela espécie.”

Afinal, o que bactéria é a "Xystella Fastidiosa"?

A “Xystella Fastidiosa” não afeta pessoas ou animais, apenas as plantas. O vereador do Ambiente da Câmara de Gaia compara o efeito que esta bactéria provoca nas plantas, ao que uma trombose pode provocar no corpo humano.

“O sangue deixa de circular nas veias com aquela quantidade e velocidade. Na planta é a mesma coisa. Há um foco que vai apertando todo esse processo, as folhas começam a secar e mata a espécie”, explica Valentim Miranda.

No folheto distribuído aos munícipes, a autarquia apela a que seja facilitado o acesso dos técnicos a, por exemplo, aos jardins privados ou aos quintais. É pedido também que avisem as autoridades quando detetarem um eventual foco da doença.

Uma forma de a prevenir é evitar movimentar plantas ou parte delas para plantação em locais diferentes dos originais, sublinha o vereador Valentim Miranda.

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