26 ago, 2019 - 17:16 • João Pedro Barros
O editorial do “Financial Times”, que elogia a prestação económica do Governo e que apresenta Portugal como uma “esperança” para a Europa, é a mais recente medalha de António Costa, que o primeiro-ministro não hesitou em exibir em declarações aos jornalistas, esta segunda-feira, em Vila de Rei. Na visão do governante, o texto corresponde “àquilo que genericamente a imprensa internacional tem sinalizado em relação a Portugal”.
“Houve uma recuperação muito grande que o país teve nos últimos anos e que se traduz não só no reconhecimento dos órgãos de comunicação social, designadamente a imprensa económica, mas sobretudo daqueles que investem. Temos números recorde de atração de investimento direto estrangeiro, como não se conseguia em muitas décadas”, afirmou no âmbito do percurso pela Estrada Nacional 2, que liga Chaves a Faro, pelo interior do país, e que Costa vai percorrer até às eleições legislativas de 6 de outubro.
Depois de reconhecer a importância da redução das taxas de juro ao longo da atual legislatura – “ainda na semana passada fizemos uma emissão de dívida com taxa negativa” –, o primeiro-ministro virou o discurso para aquela que será seguramente uma das ideias fortes da campanha eleitoral: há que “manter o rumo”.
“Isso resulta do reconhecimento internacional, das boas políticas económicas seguidas, da estabilidade que conseguimos e importa conservar isso para podermos manter esta trajetória”, frisou.
Objetivo é "década de convergência"
No início destas declarações à comunicação social, António Costa falou da floresta, do interior e frisou que o importante é que os políticos falem das suas ideias para o futuro do país – tratou-se do mote perfeito para se chegar ao tema do “Financial Times”. “Queremos uma década de convergência com a União Europeia. Perdemos muito tempo entre 2000 e 2017. Felizmente, desde 2017, Portugal retomou a convergência, tão reconhecida internacionalmente, e temos de continuar a trabalhar, de fazer os investimentos certos, as políticas certas, para termos mais e melhor emprego e menos desigualdades no país”.
Na mesma linha, o primeiro-ministro recusou alargar-se no comentário a declarações do líder da oposição, Rui Rio, que acusou Costa de "ingratidão" para com o Bloco de Esquerda, após declarações do governante numa entrevista ao “Expresso”, no sábado.
“Fico comovido com o carinho do doutor Rui Rio com o Bloco de Esquerda e o vosso sorriso diz tudo”, ironizou, referindo-se à reação dos jornalistas.