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"Final feliz". Pescadores que estiveram mais de três dias à deriva já estão no Funchal

17 ago, 2019 - 16:58 • João Pedro Barros , José Bastos com Lusa

"Sete Mares" afundou-se na manhã de quarta-feira e tripulação refugiou-se numa balsa. Forte ondulação terá sido responsável pelo naufrágio

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Os sete tripulantes do atuneiro "Sete Mares", que não estabelecia comunicação com o armador há três dias, foram encontrados este sábado à tarde numa balsa a cerca de 55 quilómetros do Funchal e chegaram à capital da Madeira por volta das 20h00.

A balsa salva-vidas, onde se encontravam os náufragos à deriva, foi avistada pela aeronave C-295 da Força Aérea Portuguesa pelas 14h55. A aeronave direcionou a lancha Hidra, da Marinha Portuguesa, para o local, para realizar o resgate, que ocorreu às 16h40.

Mestre Gregório, o responsável da embarcação com cerca de 13 metros, contou que faziam a pesca do atum a 12 milhas da Ponta do Pargo, na zona oeste da ilha da Madeira, quando foram surpreendidos por "uma onda com quatro a cinco metros" e o barco "foi ao fundo", por volta das 9h15 de quarta-feira.

O mestre do "Sete Mares" criticou o facto da balsa não estar devidamente apetrechada com água, mantimentos e elementos de localização suficientes.

Dos sete pescadores, seis são da freguesia do Caniçal, no concelho de Machico, no extremo leste da Madeira. Destes, três são irmãos e um é da freguesia vizinha de Machico.

A aguardá-los estavam, no porto do Funchal, familiares e elementos da Equipa Médica de Intervenção Rápida (EMIR) que fizeram uma reavaliação do seu estado de saúde. Também estavam presentes o comandante da Zona Marítima da Madeira, Guerreiro Cardoso, o secretário regional da Agricultura e Pescas e o diretor das Pescas da Madeira.

“Estão todos vivos, que é aquilo que todos nós queríamos”, disse Guerreiro Cardoso, em conferência de imprensa antes da chegada dos pescadores, sublinhando que se trata de um "final feliz”.

Barco tinha “todas as vistorias em dia"

Dois meios navais da Marinha Portuguesa e um avião da Força Aérea estiveram envolvidos na operação de busca, confirmava ao início da tarde, à Renascença, o o comandante da Zona Marítima da Madeira.

“Temos dois navios da Marinha, o patrulha Tejo e a lancha rápida Hidra já a participar em buscas desde ontem à noite. Desde as 8h00 de hoje que se juntou um avião da força aérea”, disse então o comandante.

“As condições meteorológicas e do estado do mar são normais, no máximo houve dois metros de ondulação. A embarcação é segura, nada faz crer que tenha sido o estado mar a fazê-la perigar. A embarcação pode ter tido alguma falha de energia e ter ficado a deriva”, explicava o responsável.

A embarcação tinha “todas as vistorias em dia", frisou.

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