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"Queremos chegar a um consenso". Sindicato apela à Antram para aceitar proposta

17 ago, 2019 - 18:15 • João Pedro Barros com Lusa

Pardal Henriques diz que SNMMP está disposto a estar "daqui a cinco minutos" reunido com associação patronal para discutir base de acordo. Porta-voz diz estar "feliz" com abertura para negociação da Antram.

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O Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) apelou este sábado à Antram para aceitar a proposta de compromisso que o Governo articulou com aquela força sindical na sexta-feira e na madrugada de sábado, abrindo "caminho para a paz duradoura", antes da reunião plenária no domingo.

Em comunicado à imprensa, o SNMMP refere que o Governo deverá utilizar "as ferramentas que ainda tem ao seu dispor para chamar à razão a Antram", fazendo "chegar uma proposta que cumpra mínimos de dignidade, por forma a ser apresentada aos motoristas de matérias perigosas" no plenário nacional de motoristas de cargas perigosas, agendada para as 16h00 de domingo, na Junta de Freguesia de Aveiras de Cima.

Em declarações aos jornalistas, o porta-voz Pedro Pardal Henriques diz que as "horas de sono fizeram bem" a André Matias de Almeida, porta-voz da Antram, que, já este sábado, mostrou-se disponível para aceitar a mediação do Governo e discutir as bases da negociação, depois de uma primeira recusa.

"Acordámos com uma versão diferente do André Almeida. Disse não aceitava, tentou-nos impor aquilo já tinha sido imposto ao SIMM (Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias), e ficámos tristes porque o SIMM cedeu. Claramente isso não corresponde àquilo pelo qual estamos a lutar. Hoje de manhã afinal disse aos média que estava disposto a negociar. Ficámos muito felizes, queremos seguir a negociação estamos dispostos para, daqui a cinco minutos, estar no ministério para continuar este processo, desde que esta mediação tenha bases definidas", afirmou.

O também vice-presidente do SNMMP mostoru-se indisponível para revelar as divergências de valores que estão em causa, remetendo para o plenário: "Os nossos sócios merecem uma palavra primeiro. Não há decisões tomadas sem aprovação deles".

Deixou no entanto claro que a greve não será levantada sem "bases negociais bem definidas". "Imaginem se desconvocássemos a greve sem condições, qual seria a postura da Antram.As empresas até estão melhor, têm serviços garantidos, patrocinados pelo Estado", frisou.

As exigências do sindicato

No comunicado, o SNMMP indica que a Antram recusou "ceder um milímetro face à sua proposta", depois de 10 horas de reunião na sexta-feira, rejeitando a proposta articulada entre o Governo e a força sindical.

De acordo com o sindicato, a proposta abria mão do desdobramento para 2021 e 2022, centrando-se num plano de ganhos inferior aos 900 euros de salário base, mas que garantia uma nova dotação salarial, com garantia de que seria pago pelos empregadores e tributado pelo Estado.

O SNMMP refere que a proposta tem como objetivo reconhecer a especificidade dos motoristas de cargas perigosas, o grau de desgaste e risco associado ao trabalho, bem como a sua importância para a sociedade.

O sindicato das matérias perigosas refere também que a Antram não aceitou que o trabalho suplementar "tem que ser pago sem recurso a uma carta branca cujo resultado é a normalização de turnos até 16 horas, impostos com regularidade pelos patrões".

Para o SNMMP, a maratona negocial que decorreu desde ontem entre as 16h00 e a madrugada deste sábado, apesar de uma "aparente abertura inicial, redundou uma vez mais na intransigência que a Antram tem revelado em todo este processo, impondo a tudo e a todos a sua vontade", salienta.

A paralisação foi inicialmente convocada pelo SNMMP e pelo (SIMM), mas este último desconvocou o protesto na quinta-feira à noite, após um encontro com a Antram sob mediação do Governo.

No final do primeiro dia de greve, o Governo decretou uma requisição civil, parcial e gradual, alegando incumprimento dos serviços mínimos que tinha determinado.

Portugal está em situação de crise energética, decretada pelo Governo devido a esta paralisação para evitar que fossem afetados serviços essenciais à população.

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