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"Existe combustível para as pessoas fazerem as viagens de férias"

15 ago, 2019 - 13:18 • Marta Grosso , Liliana Monteiro

A garantia é dada pelo ministro do Ambiente ao quarto dia de greve dos motoristas de matérias perigosas. Matos Fernandes diz ainda que há trabalhadores a deixar a greve.

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Os postos de abastecimento no Algarve têm combustível suficiente para que os portugueses que vão ou estão a regressar de férias possam viajar descansados, anunciou nesta quinta-feira o ministro do Ambiente.

“Pela primeira vez, ao fim de quatro de dias de greve, conseguimos que o gasóleo que está em stock no Algarve seja igual à média” do país, afirmou Pedro Matos Fernandes numa conferência de imprensa ao início da tarde.

“O grande esforço que fizemos teve êxito e existe combustível para que as pessoas, percebendo que estamos no meio de uma greve, possam fazer as suas viagens com segurança e a certeza de que não lhes vai faltar combustível”, acrescentou.

“Percebendo também que muitas das deslocações se farão a partir do Algarve por Beja e por Setúbal, os valores aqui são também da ordem dos 40% do stock do gasóleo e da gasolina”, disse ainda o ministro.

Quanto à rede REPA (rede estratégica de postos de abastecimento), Matos Fernandes diz que os stocks “estão em linha com os de ontem”, com perto de 50% para gasóleo e gasolina.

“Completa normalidade na distribuição”

O ministro João Pedro Matos Fernandes garante que a situação de distribuição de combustível está "na normalidade", devendo os serviços mínimos ser ultrapassados neste quarto dia de cumprimento da greve dos motoristas de matérias perigosas.

"Existe uma completa normalidade na distribuição, atendendo a que estamos num dia de greve e num dia feriado", afirma.

Mas, “mesmo sendo um dia feriado, vai ser ultrapassado o número de cargas que estava previsto", adianta. Em Aveiro, por exemplo, já foram ultrapassadas as estimativas, sendo que, "de 41 cargas que havia de serviço mínimos previstos, foram realizadas 43".

No Barreiro e na CLC, em Aveiras de Cima, o número é menor, mas, "mesmo assim, a meio do dia, foram concretizadas metade das cargas".

Mais motoristas e menos polícia

Na mesma conferência de imprensa, o ministro do Ambiente revela que há trabalhadores que estão a deixar a greve, segundo “relatam as empresas”.

“Comparando com o dia de ontem, em que houve um caso flagrante de incumprimento dos serviços mínimos e até da requisição civil no abastecimento do aeroporto de Faro a partir da estação ferroviária de Loulé, hoje não se verificou sendo desta forma gradativa: ao início apareceram quatro dos seis trabalhadores e quando a GNR já se preparava para conduzir dois camiões chegaram os outros dois trabalhadores faltosos”, exemplificou.

Neste cenário de aproximação à normalidade, as forças de segurança têm sido menos chamadas a conduzir, indica ainda Matos Fernandes.

“O acompanhamento pelas forças de segurança pelos camiões, estando ativo, é neste momento pontual e já há imensos camiões a entrarem e a sair sem qualquer acompanhamento policial”, afirmou.

“A esta hora, uma da tarde, só temos conhecimento de um piquete ativo e reduzido na CLC [Companhia Logística de Combustíveis] em Aveiras”, sendo que as Forças Armadas e de segurança continuarão de prevenção para o caso de ser necessário, adiantou.

Questionado sobre a existência de camiões espanhóis a fornecer postos de combustível no Algarve, o Matos Fernandes diz ser uma situação “absolutamente legal no contexto da União Europeia”, que acontece também quando não há uma greve em curso.

“Isso aconteceu ao longo destes dias. É uma situação absolutamente normal e acontece também em vezes em que não há greve por razões logísticas, porque às vezes é mais simples abastecer esses postos a partir de postos de distribuição que estão em Espanha”, sustentou.

O ministro referiu-se, por fim, ao acordo celebrado na quarta-feira com a FECTRANS – “um sindicato que, não estando em greve tem uma expressão significativa no setor” – para reforçar “a disponibilidade do Governo para fazer a mediação” do conflito entre motoristas de matérias perigosas e patrões.

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