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Caso Team Strada. Vale tudo no YouTube? "O primeiro 'influencer' tem de estar em casa"

13 ago, 2019 - 10:25 • Daniela Espírito Santo

Os problemas são os de sempre, mas em plataformas novas. Crianças e adolescentes procuram fama e aceitação nas redes sociais e no YouTube. Se não forem guiados, podem ser levados a quebrar as regras à procura de cliques.

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A recente polémica a envolver a "Team Strada", um grupo de jovens "youtubers" liderado por um "agente" de 36 anos, fez levantar muitas questões sobre a utilização das redes sociais por parte de menores.

Diversos especialistas entrevistados pela Renascença acreditam que a sociedade tem de estar atenta a este fenómeno, mas que, apesar de as plataformas usadas pelos mais novos serem, também elas, muito recentes, os problemas inerentes são os mesmos que apoquentavam os pais de outras gerações.

Os jovens que almejam uma carreira como "influenciador" ou "youtuber" querem, no fundo, o mesmo que todos os jovens sempre quiseram - ser famosos para se sentirem aceites pelos seus pares. Se não forem guiados, podem colocar-se em situações de risco em nome de cliques e visualizações.

Tito de Morais, responsável pelo projeto "Miúdos Seguros na Net", reconhece que foi surpreendido pelo caso "Team Strada", que está agora a ser investigado pelo Ministério Público. Hugo Strada, 36 anos e líder do grupo de jovens, foi filmado a beijar na boca um jovem de 16 anos, gerando uma onda de indignação nas redes sociais.

"Fiquei horrorizado com o que vi", confessa Tito de Morais à Renascença, acrescentando não se recordar de nenhum caso similar, nem sequer a nível internacional. "Poderá haver situações que não sejam próprias em canais com menor expressão. A mim espantou-me foi ter sido num canal com a dimensão que aquele tinha e com os apoios que também tem. Este caso apanhou toda a gente de surpresa e isso deve fazer-nos refletir."

Ana Neves, psicóloga clínica, psicoterapeuta e presidente da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) da Amadora, considera que podemos estar perante "uma relação de poder de um adulto relativamente a estes jovens, consentida pelos pais", um cenário não muito comum. "A questão do adulto que influencia não é muito conhecida. Não sei se as pessoas estão preparadas para isto", salienta.

"Este caso apanhou toda a gente de surpresa e isso deve fazer-nos reflectir"

Também Ana Jorge, professora e investigadora da Universidade Católica na área da comunicação, acredita que este caso é relativamente novo, razão pela qual captou a atenção do público.

"É uma coisa nova, no sentido de haver um adulto suspeito de interações com crianças e jovens, menores de idade, de uma forma que pode comprometer a sua saúde e bem-estar", esclarece. Ana Jorge também não se recorda de casos similares em que se suspeite de comportamentos que lesem crianças e jovens "envolvidos enquanto produtores".

Plataformas novas, problemas antigos

Se este caso em particular parece novo, a questão de fundo não é, contudo, inédita. "Isto é só uma forma nova de comunicar um problema que já existia noutra forma", defende Ana Neves. "Adultos que se aproveitam de crianças, isso já existia."

Também não é novo o facto de haver polémica no Youtube. "O que talvez não seja novo é a preocupação em torno de 'youtubers' que promovem entretenimento muito inconsequente, muito irresponsável para atrair público", adianta a investigadora da Católica. "Isso já era visto com alguma preocupação por parte de pais de crianças."

Ana Neves mostra-se preocupada com o que viu, mas também com quem viu. "Nós vimos estes vídeos com jovens, mas existem crianças que assistem a isto. Estudos apontam para percentagens elevadas de adolescentes entre os 11 e os 16 anos que se sentem pressionados a serem perfeitos nas redes sociais. Sentem-se pressionados precisamente por estes influenciadores, que passam uma imagem daquilo que eles devem ser", lamenta.

Afinal de contas, o desejo de aceitação dos mais jovens é transversal e intemporal. A única coisa que muda é a plataforma. "Antes, muitas crianças queriam ser futebolistas ou atores nos 'Morangos com Açúcar'", relembra Ana Jorge, que entende que "ser youtuber" não é um mau sonho, mas que não pode ser o único.

Ana Jorge aponta a "falta de horizontes" de muitas crianças como fator que as leva a procurarem no Youtube "um sonho de vida".

"Não ver outras alternativas pode torná-los suscetíveis à influência de pessoas com outras intenções", ressalta a especialista.

"Os miúdos querem ser 'youtubers'" para serem aceites e famosos

Ser "youtuber" é, hoje em dia, uma opção profissional e foram os mais novos que mais rapidamente repararam nas vantagens de uma carreira "mediática".

"Vejo professores que perguntam aos seus miúdos e 80% deles querem ser 'youtubers'", diz Tito de Morais, que acredita que pais e filhos deixam-se, muitas vezes, levar pela promessa da fama fácil e rápida.

"As pessoas ficam com a ideia de que vamos ser todos ricos a criar canais no Youtube e a jogar Fortnite. Esqueçam. Isto é uma realidade para muito poucos", assegura, pedindo às autoridades para estarem "atentas a este tipo de situações" que envolvem "youtubers" menores.

"Na realidade, estamos a falar é de exploração de trabalho infantil", sublinha, acrescentando que, neste caso, também se trata de "manipulação".

"Vejo professores que perguntam aos seus miúdos e 80% quer ser youtuber"

Ana Jorge também defende que é preciso orientar os pais. "Há novas questões a surgir. Os pais estão à procura de orientação e não há fórmulas únicas e milagrosas para dizer como é que isto se deve fazer", admite. "Mesmo tendo conhecimentos mais técnicos sobre o mundo digital, por vezes surgem questões que não são previsíveis", remata.

A psicóloga Ana Neves concorda e diz acreditar que os pais têm de ser "educados para este novo fenómeno".

"Os pais têm de saber o que está a acontecer e têm de perceber o que isto significa para os seus filhos, mas também precisam de ser educados e perceber o que isto significa para eles, enquanto pessoas, e quais são as repercussões disto no futuro."

A culpa é dos pais?

Muitos foram os dedos apontados aos pais dos jovens que aparecem nos vídeos. Tito de Morais, no entanto, tem outra visão do que poderá acontecer nestes casos.

"É muito fácil cairmos em cima dos pais e perguntar onde estão os pais destas crianças. Às tantas, muitos deles estavam a acompanhar os filhos e não se apercebiam das situações", refere.

Tal acontece porque, muitas vezes, os pais "acompanham os filhos de forma ingénua", pensando que estão a ajudá-los a cumprir o sonho de se tornarem famosos no Youtube. "Os pais precisam de ser críticos. Não podem entregar os filhos a qualquer 'youtuber'", lamenta, acreditando que, nestes casos, o gestor pode ser encarado como uma figura de autoridade ou um meio de atingir um fim.

"Somos treinados para aceitar aquilo que as autoridades nos dizem", o que nos deixa vulneráveis "quando somos expostos a pessoas que se fazem passar por uma autoridade".

Já Ana Jorge entende que o papel de um agente de "celebridades digitais" ou das agências que fazem a assessoria destes "influencers" é o de ajudar os jovens e as suas famílias a lidarem com a potencial fama repentina.

"Os outros agentes que existem no mercado estão completamente na invisibilidade a ajudar precisamente os adolescentes nestes empreendimentos", garante. "Não o vejo tanto como neste caso que, de facto, se mostra algo estranho e que merece, no mínimo, investigação por parte da Justiça."

"Os pais precisam de ser críticos. Não podem entregar os filhos a qualquer youtuber"

Para Tito de Morais, é precisa mais "regulamentação, educação e sensibilização", não só para as crianças e jovens, mas também para pais e professores.

A surpresa chega também por desconhecimento. Muitos pais consomem vídeos de Youtube mas escapam à "moda" dos influenciadores. Apesar de muitos terem Facebook, Instagram e até WhatsApp, falha a compreensão das plataformas que os filhos mais usam, como o Snapchat ou o Tik Tok.

"Instagram, Youtube e Facebook é o universo dos pais", assegura Tito de Morais.

Qual é a responsabilidade das plataformas?

Muitos "youtubers" fazem carreira a chocar para chamar a atenção. É o caso, por exemplo, de PewDiePie, um dos mais conhecidos nomes do Youtube, que começou por mergulhar no mundo do "gaming", mas rapidamente ganhou milhões de visualizações com conteúdo diversificado que se destacava por ser provocante e polémico.

A popularidade do sueco que se filmava a jogar acabou por ser beliscada quando publicou um vídeo onde pagava a dois homens para empunharem sinais onde se podia ler "Morte a todos os judeus". A brincadeira saiu-lhe cara: foi notícia em todo o planeta pelas piores razões e levou-o a perder o apoio da Disney, com quem estaria a preparar negócios.

Mais recentemente, outro "youtuber", Paul Logan, também foi obrigado a pedir desculpa depois de ter filmado um homem enforcado numa floresta no Japão.

Os dois casos levantam questões sobre quem produz conteúdo, mas também sobre as plataformas que os albergam. O Youtube, por exemplo, na sequência do sucedido com Paul Logan, mudou as regras do jogo. Mas será isso suficiente?

Estes "youtubers", defende Ana Jorge, são "reféns" da necessidade de "tentar atrair audiências e produzir continuamente" para continuarem relevantes.

"Os produtores estão a ser pressionados a produzir constantemente, quase diariamente, a cativar audiência, a ultrapassar novos limites porque os algoritmos assim o ditam." A especialista aponta o dedo às plataformas "que estão a lucrar com o conteúdo produzido" por estes jovens, e que deviam "controlar os conteúdos de forma a que cumpram certos princípios aceites socialmente".

Isto torna-se especialmente premente se nos recordarmos que estes jovens estão a falar para outros jovens, que acreditam no que veem no ecrã.

"O que os 'youtubers' mais populares dizem é tomado como verdade pelo público a que chegam", refere Ana Jorge, salientando o risco da "desinformação" que isto representa, mas também do "surgimento de discursos mais extremistas e populistas", que rapidamente podem espalhar-se por estes meios.

"É preciso olhar com atenção para estas plataformas que estão a ganhar muita visibilidade e uma grande importância na vida das crianças", remata a professora da Universidade Católica.

"Os produtores estão a ser pressionados a produzir constantemente"

Para contrariar esta tendência, Ana Jorge acredita que há um "movimento para recalibrar" a realidade, sob o qual se defende que "há certos limites que têm de ser respeitados".

Apontar o dedo às marcas

Tito de Morais, responsável pelo projeto "Miúdos Seguros na Net", sublinha que as marcas que patrocinam este tipo de fenómenos têm culpas no cartório.

"As marcas também têm responsabilidades, têm de ter noção do que estão a apoiar e a incentivar", defende. "Devia haver algum escrutínio às entidades que apoiaram este grupo. Alguns deviam fazer 'mea culpa'."

Ana Jorge defende o mesmo tipo de escrutínio. A investigadora acredita que os patrocinadores têm "a responsabilidade de verificar e de fazer algum controlo sobre o tipo de comunicação e conteúdos que eles estão a passar", servindo as mesmas para "balizar e dar referências do que é aceitável".

Quem está mais vulnerável?

Para Ana Jorge, os "adolescentes mais novos", entre os 10 e os 13 anos, sobretudo as raparigas, são o público mais vulnerável nas interações digitais. Juntam-se a esse grupo as crianças e jovens "de famílias mais desfavorecidas" que, explica a investigadora, têm maior tendência a ligarem-se "a esta cultura da celebridade clássica".

Também Ana Neves acredita que as vulnerabilidades aparecem "quando a família está mais vulnerável". "Acredito que os jovens estão vulneráveis porque andam à procura de influências externas, de uma imagem que lhes é dada", diz.

Nas redes sociais, no entanto, ninguém está imune a "esta ideia de ser famoso", que "parece ter-se tornado acessível a qualquer um", diz Ana Jorge. "Há mais a ilusão de que qualquer um pode ser famoso."

Ana Neves acrescenta, por sua vez, que "a promessa de ter muitos seguidores" e de ter "uma boa vida" com isso pode ter repercussões "nas relações humanas do dia a dia".

"Não podemos achar que vamos retirar uma criança de uma situação de perigo quando não dotamos a sua família de competências para conseguir ultrapassar este problema", diz.

"Há coisas que não são para partilhar"

Uma tendência a que também poucos parecem estar alheios é a partilha da intimidade. Afinal de contas, as redes sociais servem para partilhar, mas será que não estamos a partilhar demais?

"A questão da privacidade é fundamental. Há coisas que não são para partilhar, que não são para contar aos pais. São coisas pessoais. Uma das coisas que mais me assusta ver é a perda da intimidade e da individualidade", explica, acreditando que, sem isso, "perdemos a noção do nosso limite".

"As redes sociais não me assustam. Estamos todos lá. Temos é de ter noção de que há coisas que não são daquela esfera, são da nossa esfera. E é bom e bonito ser privado."

Como estabelecer limites no "admirável novo mundo" digital?

Há que ajudar os jovens a navegar nas movediças lides das redes sociais. Especialmente se houver sinais de que algo não está bem.

"Os pais têm de perceber se existem sinais de ansiedade, tristeza, quebra do rendimento escolar, isolamento, dificuldades em dormir, baixa auto-estima", explica a psicóloga Ana Neves. "Os pais devem estar atentos a isto e falar com os seus filhos para perceber se precisam de algum tipo de apoio e se existe algo que os está a influenciar, a coagir ou a chantagear de alguma forma."

Se tal se verificar, tanto os pais como a própria criança podem pedir ajuda às autoridades competentes ou diretamente à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ), pois são estes organismos que "protegem os direitos das crianças".

"Só conseguimos combater situações de violência com apoio e os jovens têm de perceber isso: que não existem estes segredos maus, que eles não têm de viver sozinhos com isto", esclarece.

Igual opinião tem a investigadora Ana Jorge, que acredita que a melhor estratégia passa pelo acompanhamento, por parte dos pais, dos "tipos de canais e tipos de conteúdo" que os filhos consomem para "suscitar a conversa" e "dar referências" aos mais novos "do que é aceitável e do que não é".

Ana Neves completa: "Eles que não tenham medo de olhar para o que os filhos procuram. Temos de ser capazes de não nos assustarmos, porque não se consegue uma relação com o adolescente proibindo. É preciso saber o que se estáa passar para estabelecer o limite, que é fundamental para o jovem."

A questão do limite repete-se quando se olha para estes fenómenos. "Os pais precisam de ouvir, de querer perceber onde os filhos estão, o que é que eles veem, como é que veem, com quem veem, quem são os amigos e depois tentar, para além de compreender, explicar e viver a relação com os filhos", acrescenta.

Ambas acreditam que, para além dos pais, que devem procurar informar-se sobre os novos desafios que os filhos enfrentam, também a escola pode ser uma boa alavanca para um maior entendimento deste "novo" mundo.

"As escolas estão preparadas", admite Ana Neves, lembrando que os estabelecimentos de ensino "têm psicólogos a pensar nestas questões e a olhar para os jovens".

"O primeiro 'influencer' tem de estar em casa"

Para a psicóloga Ana Neves, nada no comportamento das crianças da nova geração, que desejam ser influenciadoras ou estrelas do Youtube, é surpreendente.

"O que estes miúdos querem é ser aceites. Querem ser populares, ter um estatuto social elevado, ser aceites pelos seus pares e estar no topo", explica. "Isto faz parte das relações humanas. Queremos sentir-nos bem, queremos ser aceites pelos outros. As queixas são as mesmas, as plataformas é que mudam", salienta.

Nada disto é novidade, mas pode ter um significado diferente nos tempos que correm: tudo está no que "este tipo de relação e de necessidade de aceitação quer dizer".

"Será que estas crianças estão a ter relações pessoais e de amizade com laços afetivos que são importantes? Temos de regular as relações das crianças de forma a que elas não sejam superficiais", alerta.

É esse exatamente o maior desafio para os pais, acredita a psicoterapeuta: "criar relações de qualidade" e "ter tempo para brincar com os filhos".

"O que estes miúdos querem é ser aceites"

"Olhem para os seus filhos, percebam quem são os amigos, percebam o que é que eles veem, que redes sociais utilizam, que videos vêem, fiquem com eles, percebam o que eles estão a ver, percebam o que eles querem ser no futuro, entendam-nos e percam tempo com isto. Estejam com eles, relacionem-se com eles. O primeiro 'influencer' tem de estar em casa", defende, lamentando a falta de tempo dos pais para os filhos, muitas vezes imposta pelo ritmo frenético do dia-a-dia.

"Os pais, hoje em dia, têm muita dificuldade em ter tempo para parar, para ouvir, para estar, para brincar", diz. Por isso, acabamos por não olhar para as suas necessidades e não nos "conseguirmos colocar no lugar deles".

Apesar disso, Ana Neves defende que as redes sociais "não têm de ser encaradas como um grande problema", mesmo que tenham os seus perigos.

Um deles é a figura do 'influenciador'. Porquê? "Estamos a estruturar uma imagem igual para todos. Temos de ter cuidado para que a singularidade de cada um seja respeitada e permitir que as crianças sintam que podem ser diferentes. Temos de passar a ideia aos nossos jovens de que podem ser únicos", defende.

"Há o perigo de massificarmos. Em vez de procurarmos novas formas de expressão da singularidade de cada um, há este perigo de massificar a forma como se pensa", entende, pelo que apela aos pais para "estarem atentos" e reforçarem as relações que criam com os filhos, até porque o perigo da massificação abrange todas as gerações.

"Acho que os adultos também estão a passar por isto", sentencia.

No final, no entanto, há uma constante que não deve mudar tão cedo... "As formas de comunicação são muito rápidas e têm mudado muito depressa, mas o amor não muda assim tão rapidamente", assegura.

"Estamos um bocadinho perdidos a tentar entender como é que se faz tudo isto e como é que se comunica mas, não querendo ir ao cliché, o amor salva tudo. As pessoas quando gostam e quando querem perceber e entender, acabam por arranjar forma de o fazer", remata.

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  • Sergio Rodrigues
    13 ago, 2019 10:40
    Mas que artigo mal concebido. "Jornalistas" a mandar" opinião" sem ter opinião. A apresentar números fictícios como o "80% quer ser youtuber" . Enfim... Eu não sou "youtuber " nem "jornalista"

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