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Costa elogia sindicatos por cumprirem serviços mínimos e deixa apelo às partes

12 ago, 2019 - 10:32 • Marta Grosso

Primeiro-ministro mostra-se satisfeito por não ter sido ainda necessário decretar a requisição civil.

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Corre como deve correr a greve dos motoristas de matérias perigosas, que começou nesta segunda-feira. É o primeiro-ministro quem o diz.

Questionado pelos jornalistas no final de uma reunião na sede da Proteção Civil, em Carnaxide, António Costa garantiu que não foi necessário decretar, até agora, a requisição civil nem recrutas qualquer elemento das forças de segurança ou das Forças Armadas para que os serviços sejam cumpridos.

“Quero registar como positivo que os sindicatos estejam a exercer os serviços mínimos e desejamos que não tenhamos de fazer mais nada do que o que foi feito”, afirmou.

“O Governo atua na margem do estritamente necessário”, sublinhou. “A greve é legítima, mas é necessário assegurar os serviços mínimos”, que “têm estado a ser cumpridos”, pelo que “a requisição civil não foi necessária. É assim que desejamos que aconteça e o direito à greve se exerça de forma tranquila, respeitando também os direitos de todos os portugueses”, destacou ainda.

O primeiro-ministro considera, assim, que “está tudo a decorrer com enorme civismo e tranquilidade”.

E, neste cenário, António Costa deixa um apelo às partes em conflito: “aproveitem este civismo” para regressar à mesa das negociações.

“Sendo um conflito privado” e uma vez que já foi recusada a mediação proposta pelo Governo, “são as partes que têm de resolver” o conflito, defendeu.

A greve dos motoristas de matérias perigosas e de mercadorias começou às zero horas desta segunda-feira e os primeiros camiões pertencentes aos serviços mínimos arrancaram às 8h00 de Aveiras e de Leça da Palmeira, com escolta policial da GNR.

Durante a manhã, o sindicato dos motoristas de matérias perigosas acusou a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram, associação que representa os patrões) de pagar aos trabalhadores para irem trabalhar e ameaçou quebrar os serviços mínimos.

“Os primeiros [camiões] que saíram foram pessoas subornadas”, acusou o advogado e porta-voz do sindicato, Pardal Henriques. “Mais uma vez, a Antram não está a cumprir o que está combinado”, acrescentou.

A greve não tem data para terminar e, segundo o sindicato, só será desconvocada quando os patrões apresentarem "uma proposta razoável".

O objetivo desta paralisação é reivindicar, junto da Antram, o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial. A iniciativa da paralisação partiu do SNMMP (matérias perigosas) e do Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), a que se associou o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN).

O Governo decretou serviços mínimos entre 50% e 100% e declarou crise energética, o que implica "medidas excecionais" para minimizar os efeitos da paralisação e a garantia de abastecimento de serviços essenciais como forças de segurança e emergência médica.

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