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Portugal em risco elevado de escassez de água

08 ago, 2019 - 01:51 • Lusa

Estudo internacional refere que Portugal está entre os 44 países que esgotam, pelo menos, 40% das suas reservas de água, colocando-se numa situação de risco elevado de escassez de água.

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Portugal está em risco elevado de escassez de água e ocupa a 41.ª posição de uma lista que coloca 17 países, maioritariamente no Médio Oriente e Norte de África, em risco extremamente elevado de escassez de água.

De acordo com um estudo do projeto Aqueduto do World Resources Institute - uma organização sem fins lucrativos sedeada em Washington, nos EUA, e financiada por fundações, Governos, ONG e organismos internacionais -, esses 17 países, que representam um quarto da população mundial, usam pelo menos 80% das suas reservas de água a cada ano, com a agricultura, as indústrias e os municípios a representarem a maior fonte de pressão sobre as suas reservas de água.

Portugal está entre os 44 países que esgotam, pelo menos, 40% das suas reservas de água, colocando-se numa situação de risco elevado de escassez de água.

Os autores do estudo sublinham que uma margem tão reduzida entre oferta e procura como a que se verifica nos países mais pressionados deixa-os mais vulneráveis a variáveis como secas ou um maior uso das reservas de água, sendo cada vez maior o número de países que passam por um ‘Dia Zero’, ou seja, em que ficam sem acesso a água canalizada.

“A escassez de água coloca sérias ameaças à vida humana, à sua subsistência e à estabilidade económica. Isso está prestes a piorar, a menos que os países tomem medidas: o crescimento da população, o desenvolvimento socioeconómico e a urbanização estão a provocar uma maior procura por água, enquanto as alterações climáticas podem tornar mais variável a precipitação e a procura”, refere o relatório.

Sobre o Médio Oriente e o Norte de África, a região do mundo mais pressionada nesta matéria, o estudo aponta que a reutilização de águas residuais poderia gerar uma nova fonte de água potável, tendo em conta que 82% das águas residuais nestes países não são reutilizadas.

Na Índia aumentam as preocupações com as reservas ao nível do subsolo, para além das preocupações com as reservas às superfícies: os aquíferos estão a esgotar-se, em grande parte devido ao uso para regadio.

“As conclusões do estudo Aqueduto contextualizam esta crise: a Índia ocupa o 13.º posto na lista de países mais pressionados pela escassez de água em termos globais e a sua população é três vezes superior à população combinada dos 17 países mais pressionados no mundo”, lê-se no relatório.

O estudo, que também analisa regiões dentro de países, indica, por exemplo, que a África do Sul, que em 2018 evitou por pouco o ‘Dia Zero’, ocupa uma posição na lista fora dos países mais afetados – 48.º lugar, correspondente a um risco médio-elevado de escassez de água -, mas a zona da Cidade do Cabo é uma zona de enorme pressão e rivaliza em termos de regiões ameaçadas com países inteiros.

O estudo indica que viver pressionado pela falta de água não tem que ser uma fatalidade e que inverter essa situação depende em grande parte da gestão que se faz dos recursos.

Para além de exemplos de alguns países que já tomaram medidas para evitar a falta de água nas torneiras, como a Austrália que cortou para metade o consumo doméstico para evitar um ‘Dia Zero’, o estudo apresenta recomendações genéricas, aplicáveis à generalidade dos países, como apostar em técnicas de regadio eficientes, fazendo com que cada gota de água conte, investir em infraestruturas mais amigas do ambiente e tratar e reutilizar águas residuais, para que deixem de ser encaradas como desperdício.

O estudo Aqueduto analisou a situação em 164 países, para os quais era possível ter dados utilizáveis pelo modelo de análise usado, refere o estudo.

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  • Vera Costa
    08 ago, 2019 16:59
    Agora é o 'Dia Zero'!!! O que mais virá??? não querem os agricultores (gastam água), não queres que se pesque as sardinhas, o patronato não quer pagar aos funcionários! e cruza-se os braços e pronto, ninguém é capaz de pegar no IRC das empresas e ver quem pode aumentar os funcionários! dá muito trabalho às finanças (é tempo de praia! e no Inverno é tempo de Natal, Ano Novo e Páscoa)... assim, agora, aturamos uma greve! parece que o Sócrates tinha razão quando queria o TGV porque, agora vinha tudo de comboio de Madrid e pronto! Então, as empresas que podem e não querem! que fiquem suspensas até se acertarem! eu peço a DEUS, que o Sr. Presidente Rebelo de Sousa, leia isto que eu escrevi, porque é a única pessoa confiável deste país, os outros são como cata-ventos. Eu fui funcionária de escritório, sei como lidar com empresas comerciais, sei para que serve a contabilidade! e quando não se pode ter 100 funcionários tem-se apenas 80 esses trabalham melhor, porque são mais bem pagos! lá vem o ditado: "quantos mais são, menos fazem!"(empurram uns para os outros). Então e os outros, não trabalham? trabalham em pequenas e médias empresas, da mesma forma: em vez de 5 funcionários, podem ser 3; assim, crescem as pequenas empresas!... O IRC depende dos lucros da empresa. Sr. Presidente Rebelo de Sousa, ponha esta gente toda na ordem! Obrigada.

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