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Greve dos motoristas

Militares e polícias contestam possível substituição de motoristas

08 ago, 2019 - 13:42 • Redação

Associação sindical da PSP diz que polícias não têm formação para transportar matérias perigosas e militares garantem que não têm pessoal disponível.

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A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) e a Associação Nacional de Sargentos (ANS) contestam a ideia do Governo de recorrer a polícias e militares para atenuar efeitos da greve dos motoristas, agendada para 12 de agosto.

Em declarações à Renascença, o presidente da ASPP, Paulo Rodrigues, considera não só que os polícias não estão preparados para tal, como será “constrangedor”.

“Não é adequado colocar profissionais de polícia a desempenhar essa função. Primeiro porque não estão habilitados para tal, não têm condições, nem formação específica para desempenhar esse serviço”, diz Paulo Rodrigues. O dirigente associativo acrescenta ainda que recorrer a estes profissionais “é colocar um rótulo um pouco constrangedor aos profissionais da polícia”.

“A perceção que fica é que os polícias estão a ser utilizados para condicionar as greves”, diz.

Já o presidente da Associação Nacional de Sargentes, Lima Coelho, acusa o Governo de irresponsabilidade e de estar a fazer uma “utilização político-partidária dos militares”.

“Parece-me algo irresponsável esta ideia de que os militares estão a ter preparação para conduzir matérias perigosas e parece-me que passa uma boa imagem num período pré-eleitoral. Mas isto não pode ser a utilização político-partidária dos militares”, acusa.

Lima Coelho diz ainda que não há militares suficientes para colmatarem eventuais necessidades decorrentes da greve dos motoristas.

“Neste momento há unidades que deixaram de fazer o transporte normal dos seus militares porque os motoristas habilitados a essa situação ou foram deslocados para outras missões de apoio às populações por via dos fogos, ou estão em gozo do período de férias”, explica.

“Quando se vem dizer que temos militares preparados para isto é enganar os cidadãos”, remata.

O Governo decretou na quarta-feira os serviço mínimos para a paralisação, fixando-os entre os 50% e os 100%. Neste cenário, um total de 320 postos vão estar abertos ao público em geral, mas cada automobilista só pode abastecer até 15 litros de combustível.

Comentários
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  • José Joaquim Cruz Pinto
    31 ago, 2019 Ílhavo 10:47
    Lá vem a CAMBADA destas organizações de novo! A liberdade é uma grande e essencial característica da democracia, mas a democracia do umbigo - única conhecida de muitos- é um verdadeiro cancro. Dizem que não têm formação para servirem de motoristas de matérias perigosas. Talvez tenham razão, porque a verdade pura e dura, pelo menos na aparência, é que também não a têm para guardar um simples paiol (ui que coisa difícil!), nem para transportar munições (perigosas) sem as "derramar" na estrada. Tirando as paradas com todo o pessoal desalinhado, e as operações "especias" em cenários distantes, alguns outros em contrapartida tornaram-se verdadeiros especialistas em operações de desfalque e roubo em messes militares.
  • Soares
    11 ago, 2019 Almada 14:03
    Na policia não tenho certeza, mas nas forças armadas há a especialidade de Condutores. Logo não vejo problema nenhum em recorrer aos mesmos para conduzir camiões de modo a fazer chegar bens necessários á população. Mais, sendo militares, se o País recorrer aos seus serviços, só têm é que faze-lo, ponto!!!
  • José Barros
    09 ago, 2019 Espinho 11:23
    Como é que possível uma rádio como a RR, estar do lado da censura, porque só ouvem é mostram o que interessa ao político? Ouçam quem é roubado é explorado desde 1997!!
  • Servem para quê?
    09 ago, 2019 Pátria 11:10
    Não estão aí para discutir ordens. Se vos derem ordem para tal, vocês obedecem, e fim de conversa!
  • Lv
    08 ago, 2019 Lx 19:32
    Quais militares e polícias? Os calaceiros dos Sindicalhos que são alérgicos ao trabalho?'
  • Cidadao
    08 ago, 2019 Lisboa 18:22
    As F.A. não são só para combater na Guerra, tal como as forças Policiais não são só para correr atrás de ladrões. A ideia é de utilizar os militares e policias, apenas e só, se os serviços mínimos não estiverem a ser cumpridos. Logo, não se percebe o melindre de "sarjas", nem de ass. de policias, e a conversa de ambos logo a falar em falta de preparação e efectivos, cheira a querer por o corpo de fora antes mesmo de serem chamados.

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