05 ago, 2019 - 08:20 • Redação
Apesar da derrota do autoproclamado Estado Islâmico (EI) na Síria, há cerca de cinco meses, as forças armadas do califado continuam a ser uma ameaça ativa, inclusive para a Europa.
O grupo está a “adaptar-se, consolidar e a criar condições para um possível ressurgimento”, avisa o comité de contraterrorismo do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, num relatório de julho.
O jornal “The Guardian” publicou um artigo onde diz que antes do final do ano pode acontecer uma nova onda de ataques terroristas.
A ONU alerta que não é de descartar a possibilidade de eventuais ataques do grupo na Europa ainda este ano. O intuito poderá ser a tentativa de “exacerbar” sentimentos de “dissidência e revolta” no continente europeu.
O Estado Islâmico, embora financeiramente instável, continua a explorar formas de “reinvestir na capacidade de direcionar e facilitar ataques internacionais complexos”, diz o documento.
Apesar das derrotas sofridas em praticamente todo o seu território no Médio Oriente, o grupo terrorista ainda tem muitos membros no Iraque e na Síria com liberdade de circulação e com capacidade para preparar ataques.
O presidente do comité da ONU, Dian Truansyah Djani, já tinha avisado, em maio, que o EI começou a reorganização das suas células no Iraque, permanecendo um perigo a nível mundial.
Em janeiro deste ano, num relatório anterior do comité, a ONU já dava conta do regresso de “um método de comunicação entre centros de comando”. “Um Estado-membro reportou que a propaganda inspirada pelo EI andava a ser agora desenvolvida localmente”, em substituição da sua importação direta da Síria.
O Estado Islâmico, segundo os autores do relatório, “considera o Afeganistão um refúgio seguro e duradouro para a sua liderança, apoiando-se na sua longa e resistente relação com a liderança do talibã”.