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Ribeiro Cristovão
Opinião de Ribeiro Cristovão
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​O tempo das palavras

16 jul, 2019 • Opinião de Ribeiro Cristovão


Os nossos governantes não devem ter receio de ir além das palavras, mesmo tendo em conta que estamos em tempo de eleições.

O que aconteceu no estádio municipal de Coimbra no decorrer de um jogo amistoso em que se defrontavam a Académica e o Benfica, ficou como um aviso sério para aquilo que possa vir a acontecer na temporada que agora começa e que deve ser evitado a todo custo.

Como se recorda, um espectador ficou ferido com gravidade em consequência de uma agressão que lhe motivou uma lesão na coluna com fratura de uma das vértebras. Soube-se ontem que o agressor já está identificado e que, inclusive, já se apresentou às autoridades policiais da cidade do Mondego.

Perante este incidente grave, o treinador benfiquista Bruno Lage teve palavras duras visando este e outros possíveis agressores, chamando a atenção para a violência que não deve ter lugar no desporto.

“Temos de começar a prender esta malta, seja preto, vermelho, verde ou azul. Já chega, temos de tomar medidas urgentes”, foram as declarações do atual técnico encarnado.

Oportunas e premonitórias as palavras de Bruno Lage, que servem também de aviso para as entidades governamentais responsáveis, as quais têm revelado uma passividade inaceitável perante factos conhecidos, mas face aos quais têm feito ouvidos moucos.

O secretário de Estado do Desporto teve, aliás, acerca destes incidentes uma declaração difícil de entender: “Espero que as declarações de Bruno Lage sirvam de exemplo aos seus próprios adeptos”, afirmou João Paulo Rebelo.

Só? Perguntamos nós, acrescentando que mais do que palavras são necessárias ações. E o que fez até agora a Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto?

Os nossos governantes não devem ter receio de ir além das palavras, mesmo tendo em conta que estamos em tempo de eleições.

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  • Cidadao
    16 jul, 2019 Lisboa 14:10
    Tipico do PS. Mal lhes cheira a critica em sectores onde têm culpas no cartório, imediatamente respondem ou falando nos "grandes investimentos feitos por este governo", ou assacando culpas à PAF - apesar de estarem Há 3,5 anos no poder - ou tentando uma fuga para a frente desviando atenções do que não fizeram. Nada de novo.