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Filho de Bolsonaro pode vir a ser o próximo embaixador do Brasil nos EUA

12 jul, 2019 - 07:02 • Marta Grosso com agências

“Ele é amigo dos filhos do Trump, fala inglês, fala espanhol, tem vivência muito grande de mundo e poderia ser uma pessoa adequada”, justifica o Presidente do Brasil.

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O Presidente do Brasil disse na quinta-feira que pondera seriamente convidar o seu filho Eduardo para se tornar embaixador nos Estados Unidos.

“É uma coisa que está no meu radar, sim, existe essa possibilidade”, confirmou Jair Bolsonaro aos jornalistas na quinta-feira à tarde.

“Ele é amigo dos filhos do [Donald] Trump, fala inglês, fala espanhol, tem vivência muito grande de mundo. No meu entender, poderia ser uma pessoa adequada e daria conta do recado perfeitamente em Washington", acrescentou.

Nestas declarações aos jornalistas, o chefe de Estado brasileiro disse ainda que a decisão estava nas mãos de Eduardo, atual presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara.

Eduardo Bolsonaro, um dos cinco filhos do Presidente, é deputado federal pelo PSL-SP e já afirmou que está disponível para aceitar qualquer missão que receber do "Presidente", garantindo que a vai “cumprir da melhor maneira”.

"Se for uma missão dada pelo Presidente, eu aceitaria", afirmou aos jornalistas também na quinta-feira, num momento posterior às declarações do pai. Eduardo Bolsonaro disse ainda estar preparado para renunciar ao Congresso e acrescentou que a nomeação final ainda iria depender de conversas com seu pai e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araujo.

“Falo inglês, falo espanhol, sou o deputado mais votado da história do Brasil, sou presidente da CREDN [Comissão de Relações Exteriores da Câmara]. Acredito que as credenciais me dão uma certa qualificação”, sustentou Eduardo nas suas declarações na assembleia brasileira.

Além disso, acrescentou, ser filho do Presidente é uma vantagem: "Acredito que a nomeação ou indicação de uma pessoa tão próxima ao Presidente para assumir esse cargo seria visto com bons olhos pelo lado americano e daria a confiabilidade necessária para que nós venhamos a desenvolver um trabalho resgatando o crédito do país no exterior."

Para ser nomeado, Eduardo Bolsonaro (que completou 35 anos na quarta-feira, a idade mínima para poder ser embaixador) precisa da aprovação do Comité de Relações Exteriores do Senado e da confirmação da Câmara Alta.

Nesta altura, o Brasil não tem embaixador nos Estados Unidos, dado que o último se aposentou em abril.

Família Bolsonaro

Durante a sua campanha, Jair Bolsonaro, de extrema-direita, admitiu que se inspirou Presidente norte-americano, Donald Trump, e tem seguido também as suas pisadas na nomeação de membros da família como conselheiros oficiais.

O filho mais velho, Flávio, está no Senado, onde prossegue a sua agenda social conservadora.

Carlos Bolsonaro, é vereador do Rio de Janeiro e assumiu um papel na assessoria para a comunicação social, tendo já provocado alguma controvérsia.

Eduardo e Laura aconselham o pai em assuntos estrangeiros. Eduardo Bolsonaro foi mesmo, após a eleição do pai, em outubro, um de primeiros enviados a Washington, onde se encontrou com o genro e conselheiro de Trump, Jared Kushner, tendo sido visto a usar um boné com a inscrição "Trump 2020".

O ex-assessor de Trump, Steve Bannon, nomeou o jovem Bolsonaro como o líder latino-americano de sua organização nacionalista de direita, "O Movimento".

Durante a visita da Casa Branca do Presidente brasileiro, em março, Trump elogiou Eduardo Bolsonaro, que ficou ao lado de seu pai durante uma conversa no Salão Oval, enquanto o ministro das Relações Exteriores e embaixador do Brasil em Washington não estava em lugar algum.

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