11 jul, 2019 - 17:44 • Agência Lusa
O capitão e um oficial do petroleiro iraniano 'Grace 1', apresado há uma semana pelas autoridades de Gibraltar, foram esta quinta-feira detidos pela polícia daquele território britânico, anunciou um porta-voz policial.
Os dois homens, de nacionalidade indiana, foram detidos na base de suspeitas de violação das sanções europeias contra Damasco. Segundo Gibraltar, este petroleiro estava a caminho da Síria para entregar petróleo, uma alegação que Teerão desmente.
Na quarta-feira, o Presidente do Irão, Hassan Rohani, avisou que o Reino Unido vai conhecer, um dia, as consequências da sua decisão de arrestar um petroleiro iraniano, referindo-se ao "Grace 1".
O navio foi arrestado ao largo do território britânico de Gibraltar, no extremo Sul de Espanha, numa operação que o Irão classificou como "pirataria" em alto mar.
Segundo as autoridades de Gibraltar, a interceção do navio aconteceu em águas territoriais britânicas, numa zona reivindicada pela Espanha, que considera Gibraltar parte integrante do seu território.
Espanha disse na quinta-feira que a decisão de travar o navio foi realizada a pedido dos Estados Unidos, mas Gibraltar negou esta quinta-feira essa informação, afirmando que agiu por decisão própria "baseada na violação de leis existentes e não em considerações políticas estrangeiras".
O Governo de Gibraltar suspeita que a carga se destinava à Síria, em violação das sanções da União Europeia contra aquele país.Teerão admitiu que o navio transportava petróleo iraniano, mas negou que fosse para a Síria.
O ministro da Defesa do Irão, Amir Hatami, disse na segunda-feira que o arresto do "Grace 1" não iria ficar "sem resposta".
O ex-comandante chefe da Guarda Revolucionária, o exército ideológico da República Islâmica, Mohsen Rezaï, sugeriu, em 5 de julho, que o Irão confiscasse um petroleiro britânico em retaliação.