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Frans Timmermans, o europeísta que quer fazer do socialismo de Costa exemplo

02 jul, 2019 - 13:05 • Redação

Frans Timmermans é um dos nomes apontados para suceder a Jean-Claude Juncker como presidente da Comissão Europeia. Para o holandês conseguir a liderança da comissão tem de criar uma “aliança progressista” que incluiu socialistas, liberais, verdes e a esquerda unitária.

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Interrogador de prisioneiros russos, diplomata e “anti-brexit”, Franciscus Timmermans diz-se europeu por nascimento e convicção. Vê o Governo de António Costa como um exemplo e foi o braço direito de Juncker no mandato entre 2014 e 2019. Está na lista de nomes que podem presidir à Comissão Europeia no próximo mandato.

Nasceu há 58 anos, em Maastricht, Limburg, a província mais a sul dos Países Baixos, na fronteira com a Alemanha e a Bélgica. Militante do Partido Trabalhista, foi eleito seis vezes para o Parlamento holandês, entre 1998 e 2007 e de 2010 a 2012. Entre 2007 e 2010 foi ministro dos Negócios europeus e de 2012 a 2014 ocupou o cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros.

Estudou Literatura Francesa, Direito Europeu e História. É fluente em inglês, alemão, italiano, francês e russo. Ainda antes da queda do bloco de Leste foi recrutado para o serviço de Segurança e Inteligência Militar holandês onde fazia interrogatórios a prisioneiros de guerra soviéticos. Em 1990, foi destacado para Moscovo como vice-secretário da embaixada holandesa.


Foi pela primeira vez para o Parlamento Europeu em 1994 como assessor do ex-eurodeputado do Partido Popular Europeu Hans Vandenberg.

Vinte anos depois, em 2014, Timmermans regressou a Bruxelas. Ocupou o cargo de primeiro vice-presidente da Comissão Europeia de Juncker onde ficou encarregue das pastas de Melhor Legislação, Relações Interinstitucionais, Estado de Direito e Carta dos Direitos Fundamentais.

O combate ao crescimento da extrema-direita e aos partidos antidemocráticos, através de sanções, colocaram-no na linha de fogo do grupo de Visegrado, liderado pela Polónia e Hungria. É, também, um grande crítico de Boris Johnson e do Brexit. Defende a permanência dos britânicos na União Europeia e apoia um segundo referendo no Reino Unido.

Timmermans vê o Governo de António Costa como exemplo a seguir na luta contra a austeridade na Europa. Aquando da convecção Europeia do PS, o candidato à Comissão Europeia afirmou que o executivo de Costa mostra que se pode ter um país mais social. “Portugal mostra ao resto da Europa como se pode ser responsável com o dinheiro dos contribuintes”, assegurou. O primeiro-Ministro português retribuiu e apoiou desde cedo a candidatura de Timmermans.

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Nos últimos anos, o spitzenkandidat dos Socialistas e Democratas europeus incluiu causas ambientais e humanas na agenda. É o responsável pela primeira estratégia do mundo da “guerra ao plástico” e pela estratégia de Economia Circular, um sistema económico que procurar maximizar os recursos e minimizar o desperdício. Coordenou, ainda, trabalhos de combate ao antissemitismo e à discriminação contra muçulmanos, propôs uma melhor legislação para as licenças parentais e promoveu a igualdade de género e a luta contra a violência e o assédio sexual.

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