30 jun, 2019 • José Bastos
Os juros da dívida pública portuguesa a 10 anos atingiram na quinta-feira o valor mais baixo de sempre nos 0,46%. A taxa vem caindo de 1,72% para 0,49% no fecho dos mercados há três dias. Uma descida de 1,2% só superada pelas quedas nos juros da dívida grega e cipriota com quedas de 1,7 e 1,9.
Desde o início do programa de compra de dívida pública do BCE que o custo do financiamento da dívida na zona euro assume uma trajetória descendente.
Mas, há duas semanas, em Sintra no fórum anual Mário Draghi disse que o BCE está a preparar medidas para a próxima semana o que explica em parte o movimento.
Uma afirmação não comparável em dimensão à do italiano em julho de 2012 “tudo faremos para salvar o euro”, mas, ainda assim, muito positiva.
Por cá, nunca o primeiro trimestre do ano tinha fechado com um excedente orçamental de 0,4% do PIB. É ainda demasiado cedo para saber se o primeiro ano da democracia a fechar com excedente orçamental?
O ministro das Finanças garante que não precisou de adiar gastos para obter este resultado, mas são notórios graves constrangimentos nos serviços públicos com saúde e transportes à cabeça.
Este é um dos temas para a análise no Conversas Cruzadas numa semana em que a corrupção e a autonomia do Ministério Público estiveram em destaque com as declarações, entre outros, do general Ramos Eanes e da ex-PGR Joana Marques Vidal.
Por último, mas não menos importante, foi também a semana em que o presidente Marcelo Rebelo de Sousa telefonou à atual PGR para lhe manifestar o seu apoio à autonomia do MP.
Estas são algumas das questões para o debate com Manuel Carvalho da Silva, professor do CES, Centro de Estudos Sociais, da Universidade de Coimbra, Luís Aguiar-Conraria, professor da Universidade do Minho e Nuno Botelho, presidente da Associação Comercial do Porto.