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Guerra? Irão avisa Trump: "Não pode falar em negociar e ameaçar-nos ao mesmo tempo"

27 jun, 2019 - 16:35 • Redação com Lusa

O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Mohammad Javad Zarif, lembrou que as últimas declarações do Presidente dos EUA (que afirmou que uma guerra com Teerão seria curta) "constituem uma ameaça à paz”.

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O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano alertou esta quinta-feira que a ideia do Presidente norte-americano de travar uma “guerra curta” com o Irão é falsa e ilusória, defendendo também que não é possível negociar e ameaçar ao mesmo tempo.

A ideia de uma “’guerra curta’ com o Irão é uma ilusão”, escreveu Mohammad Javad Zarif numa mensagem divulgada na rede social Twitter. O ministro iraniano referia-se a declarações feitas na quarta-feira, quando Donald Trump afirmou, em entrevista, que se houver guerra com o Irão será de curta duração e irá "obliterar" o país.

Para Mohammad Javad Zarif, este tipo de declarações constitui “uma ameaça à paz”. Na sua mensagem no Twitter escreveu: “As sanções não são uma solução alternativa à guerra, SÃO uma guerra” e acrescentou: “Obliteração = Genocídio = Crime de guerra”. Além disso, adiantou, “aquele que começa uma guerra não é aquele que a acaba” e “não se pode alternar entre negociações e ameaças”.

Na quarta-feira, numa entrevista ao canal de televisão Fox Business, o Presidente norte-americano garantiu que os Estados Unidos terão uma posição de força em caso de conflito com o Irão. Embora tenha afirmado esperar que não haja guerra, Donald Trump sublinhou que, caso o conflito aconteça, os Estados Unidos estão “numa posição muito forte e [a guerra] não durará muito tempo”.

Trump também afastou a possibilidade de “enviar militares para o terreno” em caso de conflito com Teerão.

As relações entre Washington e Teerão têm estado muito tensas desde o ano passado, quando Trump decidiu retirar unilateralmente os Estados Unidos do acordo sobre o nuclear e restabelecer sanções ao Irão. Em maio deste ano, o Irão respondeu, suspendendo alguns dos compromissos a que estava sujeito pelo acordo nuclear de 2015, aumentando a produção de urânio enriquecido, mas arriscando mais sanções económicas.

Nos últimos dias, a tensão voltou a aumentar quando os Estados Unidos acusaram o Irão de ter derrubado um ‘drone’ [aparelho aéreo não-tripulado] norte-americano, que levou Washington a preparar ataques aéreos retaliatórios, cancelados à última hora. Na terça-feira, o Irão anunciou que irá libertar-se “resolutamente” de dois outros dos seus compromissos no quadro do acordo internacional sobre o seu programa nuclear “a partir de 7 de julho” e disse estar cansado da “insolência” dos europeus.

A Europa adotou uma série de medidas de contraponto em relação às sanções económicas impostas pelos Estados Unidos desde maio de 2018, mas estas não têm sido eficazes.

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