Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Papa visita região afetada por terramoto em 2016 e pede que ninguém se esqueça das vítimas

16 jun, 2019 - 11:04 • Ecclesia

Francisco levou mensagem de esperança e solidariedade a população que ainda sente os efeitos do sismo que assolou a cidade de Camerino, em Itália.

A+ / A-

O Papa Francisco pediu este domingo na cidade de Camerino, atingida por um sismo em 2016, que ninguém se esqueça das vítimas, passada a “comoção” e o aparato mediático em volta da tragédia.

“Quase três anos se passaram e o risco é que, após o primeiro envolvimento emocional e dos media, a atenção caia e as promessas acabem em segundo plano, aumentando a frustração daqueles que veem o território cada vez mais deserto. O Senhor, pelo contrário, desafia a lembrar, reparar, reconstruir e fazer isso juntos, sem nunca esquecer aqueles que sofrem”, disse, na homilia da Missa a que presidiu, ao ar livre, perante milhares de pessoas.

A passagem pela localidade da região central da Itália, muito danificada pelo sismo, começou com um encontro junto de famílias que ainda vivem em alojamentos provisórios, como resposta de emergência, e pela Catedral de Camerino, onde são visíveis os danos; Francisco teve de usar um capacete para poder entrar no edifício de culto.

O Papa quis deixar a todos uma mensagem de esperança e de solidariedade, em nome da Igreja Católica.

“Vim aqui hoje para estar perto de vós; estou aqui para rezar convosco a Deus, que se lembra de nós, para que ninguém se esqueça de quem está em apuros”, referiu, durante a Missa.

O pontífice evocou o “Deus da Esperança”, para que suscite “gestos concretos de proximidade”.

Antes, Francisco tinha elogiado a “paciência e coragem” das famílias que vivem nas estruturas provisórias, visitando as suas casas e desejando que, em breve, seja encontrada uma solução definitiva; a agenda incluiu ainda um encontro com responsáveis dos 32 municípios da diocese italiana.

Na sua homilia, o Papa utilizou as imagens das “casas e prédios desmoronados, reduzidos a escombros” para lançar uma questão sobre o significado do ser humano.

“Na incerteza que sentimos por fora e por dentro, o Senhor dá-nos uma certeza: Ele lembra-se de nós. Ele re-corda, isto é, ele regressa com o seu coração para nós, porque estamos no seu coração. E enquanto muitas coisas são rapidamente esquecidas aqui, Deus não nos deixa no esquecimento”, declarou.

Francisco assinalou que todas as pessoas têm um “valor infinito” para Deus e convidou todos a rezar ao Espírito Santo, “reconstrutor da esperança”.

"É preciso mais força para reparar do que para construir, para recomeçar do que para começar, para reconciliar do que para chegar a acordo. Essa é a força que Deus nos dá. Portanto, quem chega perto de Deus não se deixa abater, mas continua: começa de novo, tenta de novo, reconstrói”.

No final da Missa, o arcebispo de Camerino-San Severino Marche, D. Francesco Massara, criticou duramente a “burocracia” que atrasa a reconstrução e o que chamou de “terramoto das promessas” que ficaram por cumprir.

A celebração concluiu-se com a recitação da oração do ângelus, na qual o Papa evocou a beatificação de Edvige Carboni, que acontece este sábado, na Sardena “uma mulher simples do povo que, na sua humilde vida quotidiana, abraçou a cruz, testemunhando a fé e a caridade”.

“Damos graças por este fiel discípula de Cristo, que passou toda a sua vida ao serviço de Deus e do próximo”, referiu, pedindo uma salva de palmas para a nova beata da Igreja Católica.

Após a Missa, o Papa Francisco almoça com os sacerdotes da Arquidiocese de Camerino-San Severino Marche no Centro Comunitário de São Paulo; de tarde, antes do regresso Vaticano, decorre um encontro com crianças, no Ginásio do Centro Desportivo da Universidade de Camerino.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+