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​Desemprego de longa duração caiu para menos de metade nos últimos anos

07 jun, 2019 - 19:20 • Ana Carrilho

A melhora da economia levou à criação de emprego e uma das faixas etárias que mais cresceu (22% desde há quatro anos) foi a dos 55 aos 64 anos.

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Há 165 mil pessoas que estão desempregadas há mais de um ano. No entanto, em 2015, os desempregados de longa duração quase atingiam os 400 mil. Este é um dos dados revelados no relatório entregue esta sexta-feira pelo secretário de Estado do Emprego aos parceiros sociais, na reunião de Concertação Social.

A melhora da economia levou à criação de emprego e uma das faixas etárias que mais cresceu (22% desde há quatro anos) foi a dos 55 aos 64 anos.

Cerca de 150 mil empregos foram criados para estes trabalhadores mais velhos e boa parte deles integrava antes o “contingente” dos chamados “DLD”, desempregados de longa duração.

Para o secretário de Estado Miguel Cabrita, há duas explicações: uma que resulta do envelhecimento da população ativa e outra que se prende com a necessidade de mão de obra.

“À medida que o desemprego vai baixando, os empregadores olham para outros sectores, nomeadamente etários, que não seriam a sua primeira escolha num contexto de maior disponibilidade e mão de obra”, sublinha.

O outro escalão etário em que se registou um crescimento significativo nos últimos quatro anos foi o dos jovens: 22%, o que corresponde à criação de 50 mil postos de trabalho.

O relatório dá conta de um reforço do trabalho por conta de outrem, acima dos níveis de pré-crise. O secretário de Estado frisa o facto de haver mais 200 mil postos de trabalho do que há dez anos.

Apesar de todos os parceiros concordarem no crescimento do emprego, as duas centrais sindicais – UGT e CGTP – denunciam o alto nível de precariedade existente. Sérgio Monte, vice-presidente da UGT, lembrou que está por implementar o acordo social assinado há um ano com o objetivo de travar a precariedade e afirmou esperar que ainda avance nesta legislatura.

Miguel Cabrita admite que ainda há problemas. “Há um crescimento de emprego que em, mais de 80% (mais de 200 mil contratos), é baseado em contratos sem termo, mas o peso no contexto do trabalho por conta de outrem, o emprego permanente recuou muito ligeiramente. É algo em que a sociedade portuguesa tem que continuar a trabalhar e em que o governo está empenhado”, sublinha.

Salário médio aumenta, número de trabalhadores com salário mínimo baixa

No primeiro trimestre deste ano, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), o rendimento mensal líquidos dos trabalhadores ultrapassou, pela primeira vez, os 900 euros, o que significa um aumento de 3% em relação a 2018.

Por outro lado, o peso dos trabalhadores com o salário mínimo continua a cair. No final do ano passado não chegava a um quinto do total, abrangendo cerca de 700 mil trabalhadores.

Os dados revelam ainda que, nos últimos anos, os salários abaixo dos 600 euros têm perdido peso de forma significativa, com reforço dos escalões logo acima.

O relatório apresentado por Miguel Cabrita revela o crescimento da contratação coletiva. Até maio deste foram assinadas 105 convenções coletivas, abrangendo 224 mil trabalhadores, mais 34 mil do que em igual período do ano passado.

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