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​Administradores da TAP indicados pelo Estado defendem revisão da atribuição de prémios

07 jun, 2019 - 22:43 • Lusa

Representantes do Estado em "absoluta discordância" no pagamento de prémios "a um número de trabalhadores que não decorrem de obrigações contratuais", e falam em "decisão unilateral".

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Os administradores da TAP SGPS designados pela Parpública manifestaram esta sexta-feira a "absoluta discordância" no pagamento de prémios "a um número de trabalhadores que não decorrem de obrigações contratuais" e consideram importante "rever e corrigir" o modelo de atribuição.

"Além da absoluta discordância no pagamento de prémios a um número restrito de trabalhadores que não decorrem de obrigações contratuais, os membros do Conselho de Administração da TAP, SGPS indicados pelo Estado consideram importante, tal como referido junto da Comissão Executiva, rever e corrigir o modelo de atribuição de remuneração variável/prémios de desempenho", refere uma nota dos administradores da TAP SGPS designados pela Parpública enviada à agência Lusa.

Tal deve passar "nomeadamente pelo conhecimento prévio do Conselho de Administração da TAP SGPS S.A. deste tipo de decisões e pela consideração das posições emanadas no Conselho de Administração pelos respetivos membros", acrescentam.

Os administradores da TAP designados pela Parpública garantem que a atribuição de prémios foi "uma decisão unilateral" e que foram surpreendidos pela divulgação nos media de pagamentos que vão "além do cumprimento de responsabilidades contratuais".

"Em conclusão da reunião do Conselho de Administração, requerida pelos administradores indicados pelo Estado, depois de uma decisão unilateral de atribuição de prémios a um conjunto de trabalhadores, sem a devida obrigação contratual, estes não se reveem no procedimento adotado", indicaram os administradores do Estado.

Também em comunicado, a Comissão Executiva, liderada por Antonoaldo Neves, garante que informou os representantes do Estado sobre os prémios.

Na terça-feira, 4 de junho, a agência Lusa noticiou que a TAP pagou prémios de 1,171 milhões de euros a 180 pessoas, incluindo dois de 110 mil euros atribuídos a dois quadros superiores.

Segundo um documento a que a Lusa teve acesso, em causa estão prémios que foram pagos com o salário de maio destes colaboradores e que oscilam entre os 110 mil e pouco mais de mil euros, depois de um ano em que a TAP registou um prejuízo de 118 milhões de euros.

Entretanto, a Comissão Executiva da TAP justifica a atribuição de prémios com o "programa de mérito" implementado pela companhia, que diz ter sido "foi fundamental" para os resultados atingidos em 2018.

O Ministério das Infraestruturas e da Habitação criticou, na quinta-feira, a Comissão Executiva da TAP. O dinheiro gasto nestes prémios constitui mesmo uma “quebra da relação de confiança” por parte da TAP em relação ao Estado, referiu a tutela, em comunicado.

O tema marcou o debate quinzenal desta semana. O primeiro-ministro, António Costa, defendeu que o Estado considera o modelo de distribuição de prémios decidido pela comissão executiva da TAP "incompatível com os padrões de sobriedade" que devem existir em empresas participadas pelo Estado.

[notícia atualizada às 23h15]

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