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Agustina ocupa "lugar sem par na narrativa portuguesa", diz ministra da Cultura

03 jun, 2019 - 13:36 • Redação com Lusa

Agustina Bessa-Luís morreu esta segunda-feira, aos 96 anos. Funeral realiza-se na terça-feira, no Porto, seguindo para o cemitério de Peso da Régua.

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A ministra da Cultura, Graça Fonseca, considera que a escritora Agustina Bessa-Luís "ocupa um lugar sem par na narrativa portuguesa contemporânea, sempre preocupada com a condição social e cultural em Portugal".

Em nota de imprensa enviada às redações, Graça Fonseca afirma que a autora de "Sibila" é uma das "grandes romancistas e mestre de um dos mais originais processos criativos da ficção portuguesa".

Agustina Bessa-Luís morreu nesta segunda-feira, aos 96 anos, no Porto, cidade onde se realizará o funeral na terça-feira.

“O corpo ficará em câmara ardente na Sé Catedral do Porto a partir das 10.30 horas de amanhã dia 4, onde às 16 horas serão celebradas Exéquias Solenes, presididas pelo Senhor D. Manuel Linda, bispo do Porto.

Finda a cerimónia religiosa o corpo seguirá para o Cemitério do Peso da Régua, onde será sepultado na intimidade da família”, informa a família em comunicado.

"Autora de uma obra tantas vezes virada para o passado mas sempre contemporânea, sempre presente", Agustina Bessa-Luís inaugurou "um novo espaço ficcional, à imagem de outras grandes mulheres e que, em conjunto com ela, revolucionaram radicalmente a prosa em português, como Maria Velho da Costa ou Maria Gabriel Llansol", afirmou a ministra da Cultura.

"Com uma dedicação inabalável e intransigente à criação literária, o legado de Agustina é vasto, composto por personagens, visões da história, lugares e, acima de tudo, um percurso pessoal e autoral únicos e exemplares", sublinhou Graça Fonseca.

Agustina Bessa-Luís nasceu em 15 de outubro de 1922, em Vila Meã, Amarante, e encontrava-se afastada da vida pública, por razões de saúde, há cerca de duas décadas.

O nome de Agustina Bessa-Luís destacou-se em 1954, com a publicação do romance "A Sibila", que lhe valeu os prémios Delfim Guimarães e Eça de Queiroz, duas de muitas distinções que recebeu ao longo da vida.

Em 1983, recebeu o Grande Prémio de Romance e Novela, da Associação Portuguesa de Escritores, pela obra "Os Meninos de Ouro", um galardão que voltou a receber em 2001, com "O Princípio da Incerteza I - Joia de Família".

A escritora foi distinguida pela totalidade da sua obra com o Prémio Adelaide Ristori, do Centro Cultural Italiano de Roma, em 1975, e com o Prémio Eduardo Lourenço, em 2015.

Foi condecorada como Grande Oficial da Ordem de Sant'Iago da Espada, de Portugal, em 1981, elevada a Grã-Cruz em 2006, e ao grau de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras, de França, em 1989, tendo recebido a Medalha de Honra da Cidade do Porto, em 1988.

Questionada sobre o que escrevia, a autora disse, num encontro na Póvoa de Varzim: "É uma confissão espontânea que coloco no papel".

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