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Grande parte da criminalidade é praticada na Internet e nas redes sociais

24 mai, 2019 - 14:13 • Lusa

O alerta é da PJ, que esta semana reuniu em Lisboa 25 especialistas europeus para debater a cibercriminalidade.

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"Grande parte da criminalidade é praticada com recurso a meios informáticos", através da Internet e das redes sociais, alerta o diretor da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e a Criminalidade Tecnológica (UNC3T) da Polícia Judiciária alertou.

Carlos Cabreiro falava aos jornalistas na sede da Polícia Judiciária (PJ), em Lisboa, onde decorreu um encontro que juntou vários especialistas do "ECTEG – European Cybercrime Training and Education Group".

A missão do ECTEG é apoiar o esforço desenvolvido pelas polícias e magistrados dos Estados membros da União Europeia (UE) na luta contra o cibercrime, melhorando as capacidades técnicas e científicas em matéria de formação, investigação e desenvolvimento em parceria com especialistas das polícias, do mundo académico e do setor privado.

Durante esta semana estiveram reunidos na capital portuguesa um grupo 25 especialistas ECTEG que desenvolvem o projeto ‘e-First’, o qual materializa a entrega de pacotes de formação sobre cibercriminalidade em 14 idiomas da UE.

Carlos Cabreiro referiu que aquele grupo de especialistas produziu conteúdos que estabelecem prioridades na formação em matéria de cibercriminalidade, tendentes à "uniformização de procedimentos" e à perceção de que o fenómeno da cibercriminalidade é global, exigindo por isso, também, uma resposta global.

O diretor do UNC3T salientou que grande parte da criminalidade – e "não só o crime informático propriamente dito" – utiliza a internet como meio privilegiado, mas igualmente as redes sociais, razão pela qual a "criminalidade tem vindo a evoluir no sentido de ser cada vez mais tecnológica".

Até os chamados "crimes velhos", como, por exemplo, as burlas, são hoje praticadas pela internet e redes sociais, a par de outros ilícitos como a falsidade informática e a sabotagem.

Numa altura em que a penetração da internet em Portugal é cada vez mais elevada, Carlos Cabreiro aproveitou para advertir os cidadãos para os riscos de no "mundo diferenciado" do ciberespaço não existir a mesma proteção e as pessoas "estarem muito expostas".

"Por isso, tem de haver um elevado número de medidas para estarmos mais seguros, quer ao nível dos dados pessoais que são colocados nas redes sociais e na internet", quer verificando se as plataformas utilizadas são seguras e não escondem "objetivos maléficos".

Quanto ao projeto ‘e-First’, desenvolvido pelos especialistas do ECTEG para enfrentar os novos desafios criminais, o seu alvo são todos os elementos das polícias de investigação criminal de um vasto espaço e magistratura judicial, proporcionando uma plataforma de autoformação com conteúdos especialmente criados para as áreas da Ciberssegurança e da cibercriminalidade, compatíveis com as Convenções e diretivas europeias sobre a matéria.

Presentes nos trabalhos do ECTEG estiveram o seu presidente, Yves Vandermeer, Joana Cruz-Schilling, representante da Comissão Europeia, Siw Thokle, diretora de Departamento da PHS (Universidade de Polícia da Noruega), Tania Vergauwen, comissária do Departamento Regional da Polícia Belga em Antuérpia e Alexandru Caciuloiu, representante da UNODC/Gabinete das Nações Unidas contra a Droga e o Crime.

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