22 mai, 2019 - 17:06 • Isabel Pacheco
“É preciso uma linha divisória muito clara entre liberais e socialistas”, diz a cabeça de lista do Bloco de Esquerda (BE) às eleições europeias. Marisa Matias desafia António Costa a esclarecer a jogada após reunião com o Presidente francês, Emmanuel Macron.
O apelo foi deixado pela cabeça de lista do BE às europeias durante a ação de campanha que levou os bloquistas à feira de Vila Nova de Famalicão.
Na visita à feira semanal, Marisa Matias conquistou a simpatia dos senhores e das senhoras e a sinceridade de apoiantes, mesmo de outros partidos.
“Gosto muito de si, apesar, de não ser do meu partido. Sou sincera. Não é do meu partido”, atirou uma feirante que se despediu da candidata a desejar “boa sorte” para a” menina”.
E não é caso para menos, a “menina” bloquista é a única mulher cabeça de lista às europeias. Coisa que não passa despercebida a ninguém.
“É a única mulher entre os quatro políticos, sem medo”, sublinhou um cliente da feira de Famalicão que apontou o exemplo da candidata para que os portugueses valorizem as mulheres, sobretudo, “esta que está lá [na Europa] a defender Portugal e uma Europa que deve ser igual para todos”, rematou.
O discurso do apoiante, que destacou a igualdade e a justiça social, até parecia encomendado, mas, pelo que sabemos, não foi. Estas são duas das bandeiras da candidatura do BE à Europa, as mesmas que foram apregoadas pela candidata entre os corredores da feira que desafiou António Costa a “clarificar os portugueses”.
Em discurso direto para o primeiro-ministro, Marisa Matias pediu para Costa abrir o jogo sobre a sua “manobra ou jogada” após a reunião com a “aliança dos neoliberais”.
“António costa tem de clarificar qual o caminho que quer seguir. Se quer seguir o caminho que seguiu em Portugal que foi um caminho à esquerda procurando acordo naquilo que era possível e melhorar a vida das pessoas, ou, se é o caminho de se juntar àqueles que fizeram e promovem o contrario na união Europeia”, desafiou a bloquista.
Enquanto não chega a explicação de António Costa, uma coisa é certa para Marisa Matias, “É preciso uma linha divisória muito clara entre liberais e socialistas”, rematou.