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“Défice dos anestesistas é um problema do SNS”. Greve com 100% de adesão

20 mai, 2019 - 12:44 • Redação com Lusa

A paralisação decorre esta semana no Hospital Amadora-Sintra. Associação Portuguesa das Administrações Hospitalares fala em défice na formação de anestesistas em comparação com outras especialidades.

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A falta de médicos anestesistas “é um problema do Sistema Nacional de Saúde” em geral e não apenas de um hospital, afirma o presidente da Associação Portuguesa das Administrações Hospitalares.

“Não é um problema pontual de cada hospital ou que cada hospital possa resolver por si. E o que é exigível ao Ministério da Saúde é ter uma estrutura de planeamento – porque é responsável também pela formação das especialidades médicas – que garanta o número de anestesiologistas necessários no país”, afirma Alexandre Lourenço à Renascença.

E neste sentido, o responsável aponta um défice na formação de anestesistas em comparação com outras especialidades médicas.

“Será necessário aqui replanear a forma como esta especialidade é formada no nosso país, porque claramente existe um défice na formação de médicos anestesiologistas quando comparado com outras especialidades médicas, especialmente cirúrgicas”, critica.

Desde as 8h00 desta segunda-feira que os anestesistas do Hospital Amadora-Sintra estão greve e assim se vão manter-se até sexta-feira.

Já ouvido na Renascença, Jorge Roque da Cunha, do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), exige a contratação de mais especialistas e acusa o Governo de insensibilidade para resolver este problema.

Greve com adesão de 100%

A greve de anestesistas do hospital Amadora-Sintra registou, durante a manhã, uma adesão de 100%, informa o SIM, segundo o qual terão de ser adiadas 300 cirurgias durante os cinco dias de paralisação.

“Todos os médicos anestesistas estão em greve à exceção da diretora de serviço”, disse à agência Lusa o secretário-geral Roque da Cunha.

Além do adiamento de cerca de 300 cirurgias, a greve de cinco dias deverá afetar "dezenas de exames", como TAC, cateterismos ou exames respiratórios.

Os médicos anestesistas do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) exigem a contratação de mais especialistas e condições de segurança clínica.

Convocada pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e o Sindicato dos Médicos da Zona Sul, a greve, que termina às 20:00 de sexta-feira, visa reivindicar que a equipa de urgência tenha quatro especialistas para garantir a segurança clínica nas áreas de bloco operatório, bloco de partos, unidade de cuidados pós-anestésicos, reanimação intra-hospitalar e atividades fora do bloco operatório (como salas de TAC ou laboratório de hemodinâmica).

"Os médicos anestesistas do Hospital Amadora-Sintra há vários anos que têm chamado a atenção para a séria e grave limitação de anestesistas por excesso de trabalho sem qualquer tipo de resposta por parte do Ministério da Saúde ou mesmo do Conselho de Administração" do hospital, refere Roque da Cunha.

“Esperamos que o Ministério da Saúde acorde e que resolva o problema”, vincou ainda.

Na Renascença, a secretária de Estado da Saúde defende que é necessário “pensar como é que os serviços poderão ser organizados” e lembra que foi aberto concurso com oito vagas para a especialidade.

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