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“Annette, Adele e Lee” e “Madrugada”. Dois novos bailados para descobrir no Teatro Camões

16 mai, 2019 - 12:45 • Redação

Os coreógrafos Rui Lopes Graça e Victor Hugo Pontes explicam à Renascença as criações que agora apresentam ao público. O novo espetáculo da Companhia Nacional de Bailado é um dos destaques do programa Ensaio Geral.

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Até domingo, dia 19, no Teatro Camões, em Lisboa, vão estar em palco as novas criações de Rui Lopes Graça e Victor Hugo Pontes.

“Annette, Adele e Lee” são os três nomes que dão título à coreografia de Rui Lopes Graça. “Na realidade, são três bailarinos de sapateado que foram contratados num clube em Londres para improvisar a partir de uma ‘playlist’”, explica o coreógrafo.

“A ideia foi ter apenas sons dos pés destes bailarinos em cima de materiais diferentes, como a madeira, a chapa ou a alcatifa, para ter uma grande variedade de sons”, acrescenta.

A “playlist” foi criada pelo próprio Rui Lopes Graça, João Penalva (figurinista e responsável pela composição cenográfica) e “o David Cunningham, que fez a composição musical”.

A ideia da coreografia surgiu numa conversa a três. “O João cuida muito do lado plástico, tudo o que tem a ver com os figurinos, e também com o ambiente musical, porque tem uma relação muito próxima com o David”, explica Rui Lopes Graça, adiantando que “existe uma grande cumplicidade entre nós, porque falamos constantemente, estejamos a trabalhar ou não”.

Na segunda parte deste espetáculo, é a coreografia de Victor Hugo Pontes que sobre ao palco. Chama-se “Madrugada” e faz uma comparação entre esse período do dia e o teatro.

“É uma altura em que tudo se mistura, em que não sabemos se é dia ou se é de noite e era exatamente esse estado que eu procurava com os bailarinos”, começa por explica o coreógrafo, à Renascença.

“Chamo o período da desilusão no meu espetáculo, porque faço também uma comparação entre a noite e o teatro, sendo que a noite é um espaço de ilusão que nos leva a acreditar num monte de coisas, porque não conseguimos ver tudo. Portanto, ficcionamos muito – que é o que acontece no próprio teatro: também é um espaço de magia e, quando as luzes se acendem ou o sol aparece, tudo se revela”, concretiza.

No trabalho com os bailarinos da Companhia Nacional de Bailado, “habituadíssimos a trabalhar para alguém, a trabalhar o material das outras pessoas, a dançar para os outros”, Victor Hugo Pontes quis que, desta vez, “dançassem para eles mesmos”.

“O que acabou por acontecer foi perceber em contexto é que dançamos para nós mesmos e percebermos que esse contexto acontece muito em clubes. Saímos à noite, normalmente para sociabilizar, para dançar com os outros, e acabamos a noite a dançar sozinhos e encontramo-nos na madrugada, que é esse período que não sabemos o que é que se passou, onde é que estamos, onde é que vamos, em que já não dormimos há muito tempo, portanto, as ideias já se começam a baralhar. A peça é exatamente esse período em que vimos de um sítio e vamos para outro, mas encontramo-nos num limbo com o nascer do dia”, descreve ainda.

“Madrugada” e “Annette, Adele e Lee” sobem ao palco do Teatro Camões entre esta quinta-feira e domingo e, depois, no dia 25 de maio, às 21h30, no Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada.

As duas criações são um dos temas em destaque no programa da Renascença Ensaio Geral, para ouvir na sexta-feira, depois das 23h00.

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