Tempo
|
A+ / A-

Aumento da mortalidade materna. Serviços poderão ser adaptados à idade das grávidas

13 mai, 2019 - 19:19 • Cristina Branco

Directora geral da Saúde, defende, em declarações à Renascença, que, no futuro, o aumento da taxa de mortalidade materna e infantil, na sequência de gravidezes tardias, pode levar a alterações no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

A+ / A-

A directora geral da saúde admite que os serviços poderão ter de se readaptar a uma nova realidade, caso a taxa de mortalidade materna continue a aumentar em Portugal devido às características da população de grávidas.

A idade média das grávidas tem aumentado e "este é um dos principais factores que influenciam a mortalidade infantil e materna", sublinha Graça Freitas, em declarações à Renascença.

"Os serviços também têm de reflectir se estamos adequados à sociedade. Se esta tendência para as mulheres terem filhos em idades mais tardias se mantiver, obviamente terá de haver uma readaptação dos serviços e, até, prepararem-se para uma complexidade crescente da prestação de cuidados. É diferente prestar cuidados a uma jovem grávida de 25 anos, completamente saudável, do que a uma mulher com mais idade, já com patologias e com factores de risco", explica a directora geral da Saúde.

A responsável afirma que a Direcção Geral da Saúde (DGS) está a acompanhar atentamente a evolução da taxa de mortalidade materna, que, em 2017, aumentou para níveis que não se verificavam desde 1991, segundo dados avançados no domingo pelo Jornal de Notícias. Só nesse ano (2017) morreram nove mulheres durante a gravidez, parto ou no pós-parto.

A DSG reforça "a necessidade de inquéritos epidemiológicos, que analisem em detalhe cada morte e adianta que vai reforçar a monitorização e vigilância da mortalidade materna".

Graça Freitas sublinha uma ideia que considera que essencial: a opção de se ser mãe mais tarde, em muitos casos por razões de carreira, acarreta riscos e deve ser ponderada. "Mães mais velhas significam mães com maior patologia e mães com maior probabilidade de ter problemas durante a gravidez, o parto e na saúde dos seus filhos".

"As pessoas devem estar conscientes desse facto e programar a sua vida reprodutiva também em função desse aumento do risco. O facto de, por qualquer motivo, seja de carreira ou outro, estar a ser adiada a idade da maternidade é uma opção, mas é preciso perceber que essa opção comprota um risco, ainda que não seja uma inevitabilidade", defende a directora geral da Saúde.

Para Graça Freitas este é um tema tema que deve ser pensado por mães, pais, médicos, profissionais de saúde e pelo próprio Estado.

Tópicos
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+