Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

INE confirma carga fiscal recorde em 2018

13 mai, 2019 - 12:49 • Sandra Afonso

No ano passado, houve subida da receita de quase todos os impostos. Portugal continua abaixo da média na UE, mas peso dos impostos indiretos continua a ser muito superior.

A+ / A-

A carga fiscal aumentou 6,5% em 2018 face ao ano anterior, representando 35,4% do Produto Interno Bruto (PIB) e atingindo o valor mais alto desde 1995, o início da série.

É o que apontam dados divulgados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE), que demonstram ainda que foi registado um aumento global de mais de 6%, tanto nos impostos diretos como nos indiretos, bem como nas contribuições para a Segurança Social.

Contas feitas, foram cobrados mais 4,3 mil milhões de euros em impostos aos contribuintes em 2018, tendo os cofres do Estado encaixado um total de 71,4 mil milhões de euros.

O IVA, que registou um aumento de mais de mil milhões, e o IRS, que contribuiu com mais de 700 milhões, foram os impostos em que as receitas mais aumentaram.

A receita com IRC (imposto sobre o rendimento de pessoas coletivas) também cresceu, acima dos 500 milhões; ainda assim, ficou aquém do aumento verificado em 2017. No imobiliário, o IMT (transações onerosas de imóveis) cresceu mais de 20% e as receitas com o IMI (imposto municipal sobre imóveis) subiram 6%.

Em comparação com a União Europeia, Portugal é o 12.º país com a carga fiscal menos elevada, porque há Estados-membros onde o peso dos impostos diretos é bastante elevado, nomeadamente os nórdicos. Ainda assim, em relação aos impostos indiretos, Portugal sobe para a 8.ª posição, ficando acima da média europeia, sobretudo por causa do IVA.

Já as contribuições sociais aumentaram mais de 1.100 milhões de euros em 2018, o que, ainda assim, representa uma descida de 1,5%, face ao ano anterior. Na UE, Portugal é o 7.º país com o menor peso de contribuições na carga fiscal, situando-se abaixo da média.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Pedro Godinho
    13 mai, 2019 Lisboa 16:04
    Quando em 2012 Vítor Gaspar anunciou um inevitável "enorme aumento de impostos", depois de o PS ter levado o país à bancarrota em 2011, o PS indignou-se e fartou-se de criticar o Governo PSD. Agora que temos um défice a roçar os 0% e com uma carga fiscal ainda maior, ninguém do PS se indigna. Quando o défice era de 9, 8 ou 7% era tudo escandaloso, mas agora que o PS "virou a página da austeridade", a carga fiscal é normal. Realmente temos o Governo e o país que merecemos.
  • Cidadao
    13 mai, 2019 Lisboa 15:35
    Para uma boa comparação, não se esqueçam de incluir o salário médio que se pratica nesses países, já para não falar no alto nivel dos Serviços fornecidos pelo Estado. Nessa ltura vão perceber que mesmo com um nivel inferior de Impostos, a nós "dói-nos" muito mais, pois a diferença de salários praticados é abismal.

Destaques V+