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Fernando Santos confirma Cristiano Ronaldo na "final four" da Liga das Nações

07 mai, 2019 - 20:46 • Redação

Selecionador nacional aceitou as razões do capitão para pedir para não ser convocado durante seis meses. Agora que o tem de volta, Fernando Santos não prescinde de Cristiano Ronaldo. O timoneiro das quinas também aborda os casos de João Félix, de Dyego Sousa, e de Nani e Quaresma, além da renovação.

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Cristiano Ronaldo estará na "final four" da Liga das Nações. Garantia dada pelo selecionador nacional, Fernando Santos.

O avançado da Juventus esteve ausente da seleção portuguesa durante os últimos seis meses de 2018, por motivos pessoais. Voltou na primeira convocatória de 2019 e mostrou vontade de jogar a final a quatro da Liga das Nações, para a qual a equipa das quinas se tinha qualificado sem ele. Questionado, em entrevista à Sport TV, emitida esta terça-feira, se o capitão jogará a "final four" da nova prova da UEFA, Fernando Santos não deixou lugar a dúvidas: "Seguramente."

"Toda a gente sabe o que aconteceu, ele [Ronaldo] já explicou publicamente o que levou à sua ausência. Tínhamos duas decisões a tomar. Uma, entender que o que o jogador colocava era aceitável e não contar com ele. Tínhamos outro caminho: convocar o jogador na mesma, mas o jogador não é obrigado a vir à seleção nacional. Entendemos que era compreensível e que o melhor caminho a seguir era o primeiro", explicou o selecionador nacional.

Fernando Santos lembrou o exemplo de outro jogador "que tem sempre mostrado um empenho enorme quando está com a seleção", Anthony Lopes, que também deixou de ser convocado após o Mundial 2018, igualmente "por razões familiares".

O que o selecionador não permite é que se questione o compromisso de Cristiano Ronaldo para com a seleção: "Ele sempre disse que tem um prazer enorme em jogar na seleção nacional, pelo seu país. O Cristiano tem uma paixão enormíssima pelo seu país e pela equipa do seu país."

O dilema de João Félix, com Renato Sanches à mistura

O selecionador nacional abordou a eventual chamada de João Félix para a "final four" da Liga das Nações, quando há um Mundial de sub-20, para o qual o avançado do Benfica é elegível, ao mesmo tempo.

"Eu e o Hélio [selecionador sub-20] temos estado a conversar. Neste último ano, [Félix] esteve presente na equipa A e nos sub-21. É o caso de outros jogadores, como o Gedson ou o Florentino. Se algum jogador não for aos sub-20, não quer dizer que vá à 'final four'", alertou Santos, que admitiu não saber "até que ponto" é saudável para um jogador ser "despromovido" da seleção principal para um dos escalões inferiores.

Para isso, deu o exemplo de Renato Sanches: "O Renato esteve comigo e voltou a um Euro sub-21. É preciso perceber até que ponto tens uma equipa estruturada e as coisas podem acontecer assim. O mais importante é a equipa nacional 'AA'. Vamos procurar a melhor solução."

Outra palavra para renovação sem olhar ao cartão de cidadão

Félix faz parte de uma nova fornada de jogadores portugueses que faz soar os arautos da renovação. Fernando Santos hesita na hora de classificar a chamada de elementos mais jovens dessa forma:

"Não gosto da palavra renovação. Renovação pressupõe que alguns têm de sair e outros têm de entrar. Isso da renovação é muito olhar para o bilhete de identidade. No futebol, o desgaste é rápido e os jogadores vão terminando, também porque vão surgindo outros, é essa a ordem natural. Para mim, não há bilhete de identidade, há jogadores que têm qualidade."

Para o selecionador, o primeiro critério de seleção é a qualidade. Entram, também, em jogo, na elaboração das convocatórias, o comportamento social, "que tem de ser irrepreensível", e o "comportamento do grupo", assim como a capacidade de jogar num patamar elevado. "Um jogador que joga regularmente numa equipa de topo e nas competições europeias está mais perto de bater à porta", assumiu.

Luso-brasileiro e luso-franceses. Crónica de Dyego Sousa

A chamada de Dyego Sousa, avançado de origem brasileira, nos últimos dois jogos, causou muito burburinho. O jogador do Sporting de Braga tem dupla nacionalidade, mas houve resistência à sua ida à seleção.

Na mesma entrevista à Sport TV, Fernando Santos sublinhou que "quem estiver apto a representar a seleção nacional pode ser chamado".

"O Dyego Sousa era um jogador que vinha a fazer um campeonato muito interessante, a fazer golos, portanto porque não chamá-lo? Eu percebo, há esta questão de que não é português, não nasceu em Portugal, mas quer dizer, Raphael Guerreiro é um jogador fantástico, e não vou prescindir dele, e não nasceu em Portugal, também. E o Anthony Lopes. São filhos de portugueses, é evidente, e eu sei que tudo isto é um pouco diferente, mas a questão central para mim é se o jogador pode ou não representar a seleção nacional", frisou o timoneiro das quinas.

Todavia, Fernando Santos apontou que "isso não garante que Dyego Sousa tenha de vir sempre à seleção". Deu o exemplo de Éder, herói da conquista do Euro 2016, e foi confrontado com Nani e Quaresma.

Os dois extremos mostram disponibilidade para continuarem a representar a seleção, embora tenham deixado de integrar as convocatórias há algum tempo. Fernando Santos não lhes fecha a porta:

"[Nani e Quaresma] têm sempre possibilidade de voltar à seleção. São jogadores a que Portugal deve muito, entre aspas, especialmente aqueles que foram campeões europeus. Em termos desportivos, esses dois jogadores deram muito ao futebol português: não só ajudaram e foram muito, muito importantes, juntamente com os outros 21 que lá estavam, para que Portugal conquistasse esse título de campeão europeu, como são duas figuras marcantes do futebol português, aqui e lá fora. Portanto, obviamente que nunca estarão excluídos da seleção nacional."

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