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Arquivado inquérito aos incêndios de 2016 em Arouca e São Pedro do Sul

08 abr, 2019 - 16:36 • Agência Lusa

Ministério Público diz que não encontrou indícios suficientes da prática de qualquer ilícito criminal.

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O Ministério Público (MP) de Santa Maria da Feira arquivou o inquérito sobre a alegada descoordenação entre comandos de bombeiros no combate aos incêndios de Arouca e São Pedro do Sul, ocorridos em agosto de 2016.

O processo foi aberto na sequência de um inquérito da Inspeção-Geral da Administração Interna que apontava para a "falta de coordenação" entre os então comandantes distritais de Operações de Socorro de Aveiro e de Viseu, José Bismark e Lúcio Campos, respetivamente.

No entanto, o MP considerou que das provas analisadas não resultaram indícios suficientes da prática de qualquer ilícito criminal por parte dos dois comandantes que lideraram as operações de combate.

No despacho de arquivamento, a que a Lusa teve hoje acesso, o MP salienta que aqueles dois responsáveis atuaram de acordo com diretivas superiores, direcionando os meios de combate disponíveis para a proteção de pessoas e de infraestruturas edificadas.

“As decisões de combate ao incêndio terão sido sempre coartadas pela exiguidade de meios face às dimensões invulgares de um incêndio alimentado por condições climatéricas e orográficas extremas”, lê-se no documento.

O incêndio, que começou em Arouca (Aveiro) a 08 de agosto e alastrou a S. Pedro do Sul (Viseu), lavrou praticamente durante uma semana e devastou 25 mil hectares de floresta, tendo sido evacuadas várias aldeias e ardido várias casas, num prejuízo estimado em mais de 100 milhões de euros só em Arouca.

A 15 de agosto o primeiro-ministro António Costa, durante uma visita aos municípios afetados pelas chamas, anunciou a abertura de um inquérito para esclarecer o que ocorreu com o início do combate ao incêndio em São Pedro do Sul, na sequência das críticas do presidente da Câmara local, Vítor Figueiredo.

Na altura, o autarca lamentou a falta de meios para combater as chamas, sublinhando que quando o incêndio deflagrou apenas puderam contar com “a prata da casa”.

“Tínhamos uma frente quase com 16 quilómetros e apenas cerca de 30 ou 40 voluntários para combater todo este fogo. Nunca tivemos apoio das entidades oficiais. O fogo foi progredindo e atingimos um ponto em que a situação foi catastrófica”, sublinhou então Vítor Figueiredo.

O fogo também obrigou ao encerramento por algumas semanas dos Passadiços do Paiva, que podem acolher até 3.000 visitantes por dia, o que representou um rombo para o turismo local.


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  • FIlipe
    08 abr, 2019 évora 18:39
    O Ministério Público Arquiva conforme a cor do cartão partida´rio ...

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