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Marrocos. Papa encoraja cristãos a fazer crescer a “cultura da misericórdia”

31 mar, 2019 - 14:00 • Inês Rocha , Aura Miguel , em Marrocos

O ódio, a divisão e a vingança “matam a alma da nossa gente”, alerta o Papa.

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Marrocos. Papa encoraja cristãos a fazer crescer a “cultura da misericórdia”

O Papa Francisco encoraja os cristãos a rejeitar o ódio, a divisão e a vingança, que “matam a alma da nossa gente”, e a “fazer crescer a cultura da misericórdia, uma cultura na qual ninguém olhe para o outro com indiferença nem desvie o olhar ao ver o seu sofrimento”.

Francisco celebrou missa, este domingo, no complexo desportivo Príncipe Moulay Abdellah, em Rabat, capital marroquina. Com 99% de muçulmanos, o país tem uma pequena comunidade católica, de cerca de 25 mil pessoas (0,07% da população).

O Papa agradeceu a forma como a minoria católica dá “testemunho do Evangelho da misericórdia nestas terras”. “Obrigado pelos esforços feitos para tornardes as vossas comunidades oásis de misericórdia”, agradeceu Francisco.

“Continuai ao lado dos humildes e dos pobres, daqueles que são rejeitados, abandonados e ignorados; continuai a ser sinal do abraço e do coração do Pai”.

A partir da parábola do filho pródigo, o Santo Padre admitiu que há muitas circunstâncias “que podem alimentar a divisão e o conflito; são inegáveis as situações que podem levar a afrontar-nos e dividir-nos”.

“Estamos sempre ameaçados pela tentação de crer no ódio e na vingança como formas legítimas de obter justiça de maneira rápida e eficaz”, lembrou Francisco.

“Mas a experiência diz-nos que a única coisa que conseguem o ódio, a divisão e a vingança é matar a alma da nossa gente, envenenar a esperança dos nossos filhos, destruir e fazer desaparecer tudo o que amamos”.

Para combater estas tentações, Francisco lembra que “Jesus convida-nos a fixar e contemplar o coração do Pai. Só a partir dele poderemos, cada dia, redescobrir-nos como irmãos. Só a partir deste horizonte amplo, capaz de nos ajudar a superar as nossas míopes lógicas de divisão, é que seremos capazes de alcançar um olhar que não pretenda obscurecer ou desmentir as nossas diferenças, buscando talvez uma unidade forçada ou uma marginalização silenciosa”.

“Só se formos capazes diariamente de levantar os olhos para o céu e dizer Pai Nosso, é que poderemos entrar numa dinâmica que nos possibilite olhar e ousar viver, não como inimigos, mas como irmãos”.

Após a cerimónia, Francisco participa numa cerimónia de despedida do Aeroporto Internacional de Rabat e regressa a Roma, às 17 horas de Lisboa.

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