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Ciclone Idai

Moçambique. Cólera já chegou ao distrito de Nhamatanda e dirige-se para o Zimbabué

29 mar, 2019 - 17:17 • Redação com Lusa

Na província de Sofala foram instalados nove centros de tratamento de cólera e a campanha de vacinação deve iniciar-se no princípio da próxima semana.

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Os casos de cólera em Moçambique já alastraram além da Beira, tendo sido detetadas infeções no vizinho distrito de Nhamatanda, também na província de Sofala, a cerca de 100 quilómetros, dirigindo-se agora a doença infeciosa de origem bacteriana para o Zimbabué.

A informação foi apurada pelo enviado da Renascença a Moçambique. O número de casos de cólera na Beira, capital da província moçambicana de Sofala, que foi a mais devastada pelo ciclone Idai, subiu para 139 esta sexta-feira, confirmou o diretor nacional de Saúde de Moçambique, Ussein Isse.

Na província de Sofala foram instalados nove centros de tratamento de cólera e a campanha de vacinação deve iniciar-se no princípio da próxima semana, prevendo-se que um milhão de pessoas possam vir a ser vacinadas.

O ciclone Idai, que atingiu o país nos dias 14 e 15 de Março, provocou inundações extensas, e as águas estagnadas, corpos em decomposição, ausência de canalizações e esgotos e a falta de higiene são propícias ao aparecimento e à propagação da cólera, além de malária e surtos de diarreia.

O balanço provisório da passagem do ciclone indica, para já, 493 mortos em Moçambique, onde a área submersa é de cerca de 1.300 quilómetros quadrados, segundo estimativas de organizações internacionais. Contudo, tudo indica que o balanço de vítimas seja superior ao indicado.

O ciclone assolou também o Malawi e o Zimbabué: pelo menos 2,8 milhões de pessoas nos três países africanos foram afetadas.

A cidade da Beira, no centro litoral de Moçambique, foi uma das mais devastadas pelo ciclone, na noite de 14 de Março. A ONU alerta que 400 mil pessoas desalojadas necessitam de ajuda urgente, avaliada em mais de 35 milhões de euros.

Duas semanas depois da tempestade, milhares de pessoas continuam à espera de resgate em áreas que foram atingidas por ventos superiores a 170 quilómetros por hora, chuvas fortes e cheias, que deixaram um rasto de destruição em cidades, aldeias e campos agrícolas.

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