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​Morreu Zeca Mendonça, histórico assessor do PSD

28 mar, 2019 - 21:50 • Eunice Lourenço e Paula Caeiro Varela

Trabalhava há pouco mais de um ano com Marcelo Rebelo de Sousa.

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José Luís Mendonça Nunes, o “Zeca”, histórico assessor do PSD morreu esta quinta-feira de cancro. Trabalhou com todos os líderes do PSD à exceção de Rui Rio e atualmente fazia parte da equipa de comunicação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Conhecido e reconhecido por gerações de jornalistas e de deputados, Zeca Mendonça era o mais antigo assessor político em funções. Começou a trabalhar no PSD, logo depois da fundação, como segurança. Em 1977 passou para o gabinete de imprensa e exerceu funções de assessoria para 16 presidentes do PSD, de Sá Carneiro a Passos Coelho.

Durante várias décadas foi uma presença constante nos congressos e campanhas sociais-democratas. E também no Parlamento, onde era um facilitador do contato entre jornalistas e deputados e mantinha excelentes relações com os assessores das outras bancadas.

A Basílica da Estrela, em Lisboa, recebe o velório no sábado a partir das 18h00, onde haverá uma missa às 20h00. No domingo, está marcada outra missa às 14h00, seguida pelo funeral para o cemitério do Estoril.

De trato cavalheiresco, mas firme nos momentos de confusão muitas vezes Zeca Mendonça foi visto a organizar as dezenas de jornalistas e operadores de câmara nos finais dos congressos e dos comícios do PSD ou dar sinais aos líderes do partido oque era tempo de acabar as declarações numa feira, numa conferência de imprensa ou nos corredores do Parlamento.

Por opção, nunca foi assessor governamental. Nem de ministros, nem dos primeiros-ministros que era, simultaneamente, presidentes do PSD.

Depois da demissão de Passos Coelho da liderança do PSD, Marcelo Rebelo de Sousa foi buscar Zeca Mendonça para seu assessor em Belém. E foi já a trabalhar na Presidência que lhe foi diagnosticado um cancro de pulmão.

O PSD manifesta “profunda consternação” pela morte do histórico assessor Zeca Mendonça.

“Nesta hora, faltam as palavras para expressar a sua importância para o Partido e para todos aqueles com quem se cruzou ao longo da vida. Dedicação, seriedade e amizade são apenas alguns dos valores em que pensamos quando o relembramos”, refere o partido numa nota de pesar.

“Nesta hora difícil, o Partido endereça toda a família e amigos as mais sentidas condolências. O seu legado permanecerá para sempre connosco”, sublinha a mensagem do PSD.

O líder do PSD, Rui Rio, recorda um "profissional competente, honesto e de enorme dedicação" ao partido.

"A sua simpatia e disponibilidade a todos cativava. O Zeca faz parte da história do PPD/PSD, e deixará, para sempre, uma enorme saudade em todos nós. A minha sentida e muito amiga homenagem", escreveu Rio Rio na rede social Twitter.

O ex-Presidente do República Cavaco Silva lembra Zeca Mendonça como "um homem bom" a quem o partido e "cada um dos seus líderes muito devem".

Numa declaração escrita, Cavaco Silva, que liderou o PSD entre 1985 e 1995, refere que foi com "tristeza" que tomou conhecimento da morte de Zeca Mendonça e recorda que ainda há poucos dias falou com ele.

Na rede social Twitter, o cabeça-de-lista do PSD às europeias, Paulo Rangel, também recorda as suas memórias com o histórico assessor social-democrata.

"O Zeca Mendonça ensinou-me muito; muitíssimo. Convivemos de perto quando fui líder parlamentar e desde então ficámos sempre a falar. Atento, previdente, discreto. Nunca se impunha e impôs-se-nos a todos. Nele e com ele, o humanismo era poder. O poder de fazer bem. Bem ao outro", refere.

O antigo deputado social-democrata Luís Menezes conta que, em criança, andou ao colo do histórico assessor, que se confunde com a história do PSD.

[notícia atualizada às 12h56]

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