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Nova Zelândia proíbe venda de armas de estilo militar

21 mar, 2019 - 06:23 • Redação, com Lusa

Anúncio é uma consequência do ataque a duas mesquitas de Chirstchurch. Já foram identificadas as 50 vítimas mortais.

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A primeira-ministra da Nova Zelândia anunciou, esta quinta-feira, a proibição da venda de todas as armas de assalto e semiautomáticas, em resposta ao "ataque terrorista" de sexta-feira, que causou 50 mortos.

"A Nova Zelândia vai proibir todas as armas semiautomáticas de estilo militar. Vamos também proibir as armas de assalto", declarou Jacinda Ardern, detalhando que a nova legislação vai entrar em vigor já no próximo mês.

A primeira-ministra garantiu ainda que vão ser tomadas medidas provisórias para evitar uma corrida às armas antes da entrada em vigor da proibição de venda. Jacinda Ardern anunciou também a proibição de venda de carregadores de alta capacidade.

O homem detido e acusado de ter perpetrado os ataques comprou as armas legalmente e reforçou a capacidade do armamento ao usar carregadores de 30 projéteis "através de uma simples compra 'online'", disse.

"Em resumo, todas as armas semiautomáticas usadas no ataque terrorista de sexta-feira serão proibidas neste país", afirmou.

Amnistia aplaude restrição de armas de assalto

Em declarações à Renascença, o diretor da Amnistia Internacional de Portugal, Pedro Neto, diz que “o controlo da posse e da venda de armas é útil e quanto mais apertado e regulado for, melhor”.

A legislação deve entrar em vigor a 11 de abril e o próximo conjunto de reformas indiciará sobre o registo e licenciamento de armas no país.

Pedro Neto com base no que se passa no mundo afirma que “a violência e a criminalidade são menores em países onde o controlo de armas é maior”.

O diretor da Amnistia Internacional refere ainda que devemos distinguir terrorismo e violência “são fenómenos diferentes, com origens diferentes, no entanto quando há controlo há menos violência criminosa e injustificada e naturalmente também há menos terrorismo”.

Identificadas 50 vítimas mortais

"Posso informar que, nos últimos minutos, o processo de identificação das 50 vítimas foi concluído e todas as famílias foram notificadas", afirmou o comissário Mike Bush.

"Este é um ponto de viragem neste processo", disse.

Brenton Tarrant, um australiano nacionalista branco de 28 anos, reivindicou a responsabilidade pelos ataques às mesquitas Al Noor e Linwood, que fizeram pelo menos 50 mortos e quase meia centena de feridos, na sexta-feira. Tarrant, que divulgou um manifesto anti-imigrantes de 74 páginas, transmitiu em direto na Internet o momento do ataque.

O ex-preparador físico, que obteve uma licença de porte de arma em novembro de 2017, tinha cinco armas, incluindo duas semiautomáticas de estilo militar, com as quais terá perpetrado os ataques.

Na sequência do ataque, Ardern anunciou que o Governo ia apresentar um reforma à lei vigente, "que permitiu que o assassino comprasse legalmente o armamento usado no ataque".

Christchurch é a maior cidade da Ilha Sul da Nova Zelândia e a terceira maior cidade do país com cerca de 376.700 habitantes, localizada na costa leste da ilha e a norte da península de Banks. É a capital da região de Canterbury.

[notícia atualizada - com reação da Amnistia Internacional]

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