27 fev, 2019 - 20:10
A violência doméstica, o balanço da cimeira convocada pelo Papa Francisco sobre os abusos na Igreja e o possível adiamento do Brexit foram temas em análise no comentário semanal de Henrique Monteiro, na Renascença.
O Governo anunciou que vai decretar um dia de luto nacional pelas vítimas de violência doméstica, a 7 de março. Na opinião de Henrique Monteiro, “a proposta é demagógica e populista”.
A violência doméstica é um “flagelo”, uma “questão civilizacional” e não uma “guerra de sexos”, considera o antigo diretor do jornal “Expresso”, para quem é preciso uma forma inteligente de combater porque a lógica dos “fogachos” não deu em nada pelo número de vítimas registado.
Em alternativa, Henrique Monteiro propõe um dia “para discutir nas escolas e nos espaços públicos porque é que os homens que batem nas mulheres são terrivelmente cobardes e porque é que as mulheres que batem nos homens não têm razão, porque é que um casal que se pode divorciar por tuta e meia continua a agredir-se, os namorados batem nas namoradas, as crianças com 15 anos já têm níveis de violência. Há aqui uma questão civilizacional”.
Relativamente à cimeira do Vaticano sobre abusos sexuais na Igreja Católica, Henrique Monteiro diz que o esforço do Papa Francisco nesta matéria é meritório. O cronista pergunta, por exemplo, o que é que o Estado português fez sobre si próprio no caso Casa Pia. O passo dado pela cimeira do Vaticano é extraordinário, sublinha.
Sobre um possível adiamento da saída do Reino Unido da União Europeia, Henrique Monteiro afirma que os britânicos meteram-se na maior confusão em que podiam meter. Os responsáveis são David Cameron, Boris Johnson, Nigel Farage e também David Corbyn, líder dos trabalhistas. É muito fácil dizer o que se quiser, mas fazer o que se diz não é fácil, conclui.