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Vila Real

"Passa a bola, passa o Amor". Padres atletas jogam futsal com alunos

26 fev, 2019 - 13:44 • Olímpia Mairos

Iniciativa está a levar os sacerdotes, campeões nacionais e europeus de futsal, a várias escolas da diocese de Vila Real, para mostrar como a fé também pode ser vivida através do desporto.

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Após o apito inicial, a bola começa a rolar. O jogo põe frente a frente a equipa de futsal de padres da Diocese de Vila Real e a equipa de jovens do Agrupamento de Escolas de Santa Marta de Penaguião.

Nas bancadas muitos estudantes, professores e alguns populares vão aplaudindo as jogadas e, sobretudo, os golos. Os padres marcam primeiro e estiveram sempre a ganhar, mas, no final, registou-se um empate a cinco bolas. “Foi um jogo muito fixe, muito divertido. Os padres jogam muito bem, com muitas táticas, têm mais físico do que nós, mas conseguimos empatar o jogo”, afirma Rafael Borges, de 14 anos.

Bernardo Pereira, da mesma idade, diz que “os padres jogam bem, têm mais físico, têm mais tudo, e temos muito a aprender com eles”. “O público foi demais e passamos aqui a tarde toda num ambiente de alegria e festa”, conclui o jovem, satisfeito “por ter marcado um golo”.

Para o árbitro da partida, Telmo Mesquita, de 15 anos, este “foi um jogo muito divertido, porque os padres jogam de maneira diferente, não são duros e não cometem faltas”.

A iniciativa “Passa a bola, passa o Amor” surge na dinâmica do ano pastoral missionário em que o Papa Francisco convida os jovens “a descobrir os dois movimentos do coração: ser atraídos e ser enviados”. Nesse sentido, a equipa de futsal de padres da diocese de Vila Real decidiu pôr-se a caminho e está a encontrar-se com os jovens, nas escolas, levando o testemunho concreto da vivência desse amor nos vários âmbitos das suas vidas pastorais e sociais e através do desporto.

“Queremos dar a conhecer os padres campeões europeus, campeões nacionais de futebol e mostrar às crianças, nas escolas, a vida do sacerdote, através do desporto. Passa a bola, passa o Amor, que é Deus”, explica o padre Ivo Coelho.

Desmitificar a figura do sacerdote

Ivo Coelho, sacerdote de 35 anos, pároco em várias aldeias do concelho de Valpaços, sublinha que querem mostrar aos mais novos que “os padres são de carne e osso como as outras pessoas. Não são todos idosos e barrigudos. Também somos jovens, também convivemos, temos o nosso dia a dia, o nosso lazer, também jogamos futebol como eles e com eles”, observa.

Já o padre Ricardo Machado, de 35 anos, acrescenta que “neste ano da missão” querem “apostar na juventude”, que está “um bocadinho afastada da Igreja”. Pároco nos concelhos de Murça e Alijó, acredita que a iniciativa “Passa a bola, passa o Amor” pode ajudar a “tornar a Igreja mais próxima e despertar vocações”.

“Queremos mostrar-lhes o nosso testemunho de pessoas felizes, mostrar o lado normal que nós somos, pessoas próximas, com quem se pode estar, conversar e até jogar futebol. Dizer-lhes também que, alguns deles, poderão vir a ser padres”, sublinha.

Os sacerdotes futebolistas consideram que, assim como “no futebol quem fica com a bola para si não joga em equipa e destrói a equipa, assim também na vida. Se todos passarmos o que temos de melhor, construímos um mundo melhor e Deus torna-se verdadeiramente amor, dádiva em cada um”.

A iniciativa “Passa a bola, passa o Amor” contempla dois momentos. Começa com um jogo de futsal, a que se segue um workshop em que cada um dos sacerdotes apresenta um âmbito diferente da missão. “Nós somos todos diferentes, temos dons diferentes e movemo-nos em âmbitos diferentes, mas passamos o mesmo Amor, o mesmo Deus. Nós somos veículos diferentes de uma mesma mensagem”, explicam os sacerdotes de Vila Real.

Estão pensados vários workshops em que os padres se disponibilizam a falar das suas experiências, de como passam o amor aos mais velhos, no desporto, aos doentes, na música, aos jovens, na paróquia, no cinema, no seminário, nas artes, na escola, na família, no escutismo, no mundo virtual e nos tempos livres.

Com os alunos do Agrupamento de Escolas de Santa Marta de Penaguião foram partilhadas experiências relacionadas com o desporto e com o serviço aos doentes.

A diretora do agrupamento escolar, Rosa Cardoso, enaltece a iniciativa, afirmando que “serve para desmitificar a figura do sacerdote”. “O que eles mais gostam é o convívio, mas é muito importante para contactarem mais de perto com outra realidade, até em termos de vocação futura, para saberem o que fazem e conhecerem as várias áreas em que os sacerdotes estão envolvidos”, conclui a professora.

A iniciativa “Passa a bola, passa o Amor” pretende passar por todos os agrupamentos de escolas da diocese de Vila Real. São os professores de Educação Moral e Religiosa, em cada escola, que escolhem a duração e o enquadramento da atividade, assim como a área dos workshops.
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