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Eurobarómetro. O que mais preocupa os portugueses já não é a situação económica do país

25 fev, 2019 - 18:24 • Redação

69% dos portugueses inquiridos acreditam que Portugal estaria pior se estivesse fora da União Europeia.

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Os temas que mais preocupam os portugueses são a saúde e segurança social, o custo de vida e o desemprego. Ainda assim, o otimisto entre a população portuguesa aumentou.

São estas as principais conclusões do último Eurobarómetro, realizado em novembro passado e divulgado esta segunda-feira, em que se revela que os quatro temas preocupam mais os portugueses do que a média dos europeus.

Mesmo assim, o desemprego, que no outono de 2016 preocupava 58% dos portugueses, é agora referido por pouco mais de um quarto dos inquiridos (27%).

Este número distingue Portugal de outras democracias do Sul da Europa, como Espanha, Itália e Grécia, em que cerca de metade dos inquiridos sublinha a importância do desemprego, colocando-o em primeiro lugar no ranking dos problemas mais frequentemente mencionados.

Já a situação económica do país, mencionada por um terço dos portugueses há dois anos, é atualmente considerada preocupante por apenas 15%, um valor em linha com a média europeia

Terrorismo e imigração, problemas de última linha

Em sentido contrário, o terrorismo é apenas considerado um tema prioritário por 1% da população portuguesa, em comparação com 8% de média europeia. Já a imigração é o assunto que mais preocupa 21% da população europeia, enquanto que em Portugal esse número desce para 3%.

Apesar de os portugueses serem mais positivos, Portugal é um dos 13 Estados-membros que se posicionam abaixo da média europeia em termos de proporção de avaliações positivas da situação da economia nacional (49%), sendo esta, contudo, consideravelmente superior à dos outros países da Europa do Sul, como a Grécia (6%), Espanha (18%) ou Itália (20%).

Quase dois terços dos portugueses afirmam estar satisfeitos com a maneira como a democracia funciona no seu país. Neste indicador, Portugal posiciona-se bastante acima da média europeia (57%), estando, no entanto, bem afastado das avaliações esmagadoramente positivas observadas na Dinamarca (91%) e da considerável insatisfação na Grécia (26%).

No entanto, observa-se um decréscimo nos níveis de satisfação dos portugueses com a democracia em relação à primavera de 2018 (75%) e ao ano de 2017 (média de 71%).

Melhor dentro do que fora da Europa

Em relação à Europa, 69% dos portugueses discordam da ideia de que o país enfrentaria melhor o futuro fora da União Europeia. Trata-se de uma proporção consideravelmente superior à média europeia (61%). A Itália e o Reino Unido destacam-se pela pouca diferença entre as proporções de cidadãos que defendem (43% e 44%, respetivamente) e rejeitam (48% e 42%, respetivamente) a possibilidade de o seu país ser mais capaz de enfrentar o futuro fora da União Europeia.

Em relação aos media, os portugueses parecem estar menos conscientes da exposição a notícias falsas, menos preparados para identificá-las, e menos dispostos a considerá-las um problema do que o conjunto dos cidadãos dos 28 Estados-membros.

São falsas ou verdadeiras? Portugueses têm dificuldade em distinguir as notícias

Menos de metade dos cidadãos nacionais inquiridos é capaz de identificar notícias deturpadoras da realidade ou falsas é preocupante e merece maior atenção. Os grupos sociodemográficos que menos frequentemente se afirmam capazes de identificar informação falaciosa são os compostos por indivíduos com mais de 55 anos (34%), pelos que deixaram de estudar com 15 ou menos anos (35%).

A televisão destaca-se como o media de eleição para os portugueses – é a fonte mais frequentemente citada de informação sobre política nacional e sobre a União Europeia (retratada em quantidade suficiente para a maioria dos inquiridos), e, a par da rádio, o meio que merece mais confiança.

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