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​Guaidó admite intervenção militar dos EUA para acabar com crise humanitária na Venezuela

09 fev, 2019 - 00:13

"Nós faremos o que for necessário. Essa é, evidentemente, uma questão polémica", admite o Presidente interino.

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O Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, afirma que, se necessário, pode autorizar uma intervenção militar dos Estados Unidos para forçar Nicolás Maduro a deixar o poder e a acabar com a crise humanitária no país.

"Nós faremos o que for necessário. Essa é, evidentemente, uma questão polémica, mas fazendo uso da nossa soberania, do exercício das nossas prerrogativas, faremos o que for necessário", disse Guaidó, numa entrevista à France Presse, depois de questionado se usaria os seus poderes legais como Presidente interino para autorizar uma possível intervenção militar.

Nicolás Maduro, o Presidente de facto da Venezuela, voltou esta sexta-feira a rejeitar a entrada de ajuda humanitária enviada pelos Estados Unidos, e cuja distribuição seria coordenada pela oposição.

Está disposto a dialogar com a Europa e com a oposição na própria Venezuela, mas sublinhou que essa mesma oposição não quer eleições, mas sim tomar o poder de assalto e “impor um Pinochet” ao país.

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.

Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconhece Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.

A repressão dos protestos antigovernamentais desde 23 de janeiro provocou já 40 mortos, de acordo com várias organizações não-governamentais.

Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU.

Na Venezuela, antiga colónia espanhola, residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.

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