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O desejo de Trump face a vaga de frio: “Aquecimento global, por favor volta”

29 jan, 2019 - 17:13 • Tiago Palma

O Serviço Meteorológico norte-americano alerta para a possibilidade de as temperaturas mínimas alcançarem valores históricos nos próximos dias em vários estados. Os EUA são o único país que não subscreveu o Acordo de Paris.

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Vai estar mais frio nos EUA do que nalgumas zonas da Antártida
Vai estar mais frio nos EUA do que nalgumas zonas da Antártida

Quando resolveu deixar, em junho de 2017, o Acordo de Paris aprovado em 2015 pelo antecessor Barack Obama, Donald Trump explicava que tal decisão estava relacionada, não com a sua vontade de combater ou não as alterações climáticas – “Quero o melhor para o ambiente", garantiria –, mas, sim, com o que considerava ser um “fardo draconiano" que custaria milhões de postos de trabalho e biliões de dólares à economia norte-americana nas próximas décadas.

Agora que os EUA estão a ser assolados por uma vaga de frio histórica que vai afetar 250 milhões de pessoas, cerca de 77 por cento da população norte-americana, e que levou já várias cidades a declarar o estado emergência, o Presidente dos EUA recorreu ao Twitter para, confundindo o conceito de aquecimento global – cujas consequências se podem refletir tanto em secas extremas como em intempéries várias –, apelar ao regresso “depressa” deste.

“No belo ‘Midwest’ as temperaturas estão a atingir 60 graus negativos, o maior frio alguma vez registado. Nos próximos dias espera-se que fiquei ainda mais frio. As pessoas não podem sair nem por uns minutos. Que diabo está a acontecer com o aquecimento global? Por favor volta depressa, precisamos de ti!”, escreveu Donald Trump.

O Serviço Meteorológico dos EUA (NWS) alerta para a possibilidade de as temperaturas mínimas alcançarem valores históricos, as mais baixas desde a década de 1990. A previsão aponta para que nos Estados do Dakota, Minnesota, Iowa, Wisconsin e norte do Illinois, ocorram fortes nevões.

Chicago, por exemplo, a cidade mais populosa do Estado do Illinois, poderá chegar aos 29 graus negativos de temperatura mínima – e a máxima não vai ultrapassar os -14º C, a máxima mais baixa da cidade desde que há registos.

Em Mineápolis, no Minnesota, os termómetros vão descer ainda mais, até aos -34º C já nesta quarta-feira, e a sensação térmica pode ser ainda baixa, já que a previsão aponta para ventos gelados que podem chegar aos -54 º C.

Depois do fogo, chuva na Califórnia. Trump questiona alterações climáticas
Depois do fogo, chuva na Califórnia. Trump questiona alterações climáticas

No entanto, as vagas de frio não são propriamente novidade entre os norte-americanos. Como novidade não são as declarações, por ocasião das baixas de temperatura, do Presidente Trump.

Em dezembro de 2017, por exemplo, na véspera da Passagem de Ano, o inquilino da Casa Branca lembrava que o país bem que podia usar "um pouco" do aquecimento global para combater as baixas temperaturas esperadas para a última noite do ano. “No Leste [dos EUA], pode ser a noite de fim de ano mais fria de que há registo. Talvez pudéssemos usar um pouco do velho aquecimento global que o nosso país, não os outros países, iria combater pagando biliões de dólares. Agasalhem-se!”, escreveu Trump no Twitter.

Mais recentemente, em novembro, por altura do dia de Ação de Graças, que foi o mais frio desde que há registos, Trump voltou ao Twitter. E questionou: “Um frio brutal e prolongado, capaz de quebrar todos os recordes, o que aconteceu ao aquecimento global?”

Os EUA são o único país que não subscreveu o Acordo de Paris.

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  • joana
    29 jan, 2019 lisboa 22:47
    Que asno...que poucochinho...que nulidade

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