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Venezuela

Portugal e aliados europeus dão oito dias a Maduro para convocar eleições

26 jan, 2019 - 13:31 • Redação com Lusa

Caso contrário, as nações europeias vão reconhecer o Presidente interino Juan Guaidó.

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Espanha, França e Alemanha vão reconhecer o líder parlamentar Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela, caso Nicolás Maduro não convoque eleições no prazo de oito dias.

Os três países anunciaram a mesma posição em notas separadas, mas sublinham no essencial a mesma condição: Ou Nicolás Maduro marca eleições em oito dias ou Juan Guaidó será reconhecido por Madrid, Paris e Berlim como Presidente interino da Venezuela e caber-lhe-á a responsabilidade de conduzir o processo eleitoral.

Horas depois, a chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, fez um anúncio similar. "Na ausência de um anúncio de eleições com as garantias necessárias nos próximos dias, a UE irá dar outros passos, incluindo no que toca ao reconhecimento da liderança do país", disse em comunicado, referindo-se a Juan Guaidó, o chefe da Assembleia Nacional que se autoproclamou Presidente interino da Venezuela na quarta-feira.

Numa sessão oficial no palácio da Moncloa, sede do Governo espanhol, o primeiro-ministro Pedro Sánchez começou por sublinhar que Guaiadó deve liderar a transição para eleições livres na Venezuela, enquanto máximo representante da Assembleia Nacional venezuelana.

Instantes depois, Emmanuel Macron optou pela rede social Twitter para passar a mesma mensagem: "O povo venezuelano deve poder decidir livremente o seu futuro. Se não forem anunciadas eleições em oito dias, poderemos reconhecer [Juan] Guaidó como 'presidente interino' da Venezuela para implementar esse processo político. Trabalhamos em conjunto com os nossos aliados europeus", anunciou o chefe do Governo francês.

A nota do Governo alemão é quase a mesma: "O povo venezuelano deve poder decidir livremente e com toda a segurança o seu futuro. Se as eleições não forem anunciadas em oito dias, estamos prontos a reconhecer a Juan Guaidó a competência para iniciar esse processo na qualidade de 'presidente interino'", declarou a porta-voz do governo alemão, também através do Twitter, Martina Fietz.

O chefe do executivo espanhol apelou ainda para a realização "imediata" de eleições democráticas e transparentes num país a que chamou "irmão", que vive desde há "muitos anos" uma "gravíssima crise política, democrática, económica e humanitária" que provocou mais de três milhões de deslocados.

Posição europeia concertada

Na sexta-feira, o chefe da diplomacia portuguesa, Augusto Santos Silva, deixou claro que ou Nicolás Maduro aceita realizar "eleições livres no mais breve prazo possível", ou a União Europeia (UE) reconhecerá que só Juan Guaidó o pode fazer.

"Se Nicolas Maduro mantiver a intransigência e se recusar a participar nesta solução de transição pacífica, isso significa que mais ninguém poderá contar com ele [...] deixará de ser interlocutor válido" para a comunidade internacional, disse Santos Silva em Lisboa.

Já este sábado, o MNE português disse, citado pela TSF, que Portugal se junta à posição conjunta das outras três nações europeias, no que deverá ser uma posição concertada da União Europeia.

Questionado, ontem, sobre qual o prazo dado ao Presidente venezuelano para aceitar realizar eleições, Santos Silva sublinhou que "o tempo urge", perante a crise social e humanitária na Venezuela, mas que esse prazo seria anunciado brevemente.

"A única razão porque agora, 15:00 de Lisboa [de sexta-feira], não digo o prazo é porque ele ainda está a ser objeto de ajustamento entre os 28, mas certamente ao longo da tarde de hoje a nossa declaração conjunta será publicada e as coisas serão mais claras", disse na sexta-feira o chefe da diplomacia portuguesa.

Os anúncios de Espanha, França e Alemanha hoje, em notas separadas, de que dão oito dias a Maduro para anunciar eleições acontece depois dos Estados-membros da UE não terem sido capazes na sexta-feira à noite de se entenderem sobre uma declaração comum, avança a Agência France Presse.

A esses anúncios seguiu-se um semelhante pelo chefe da diplomacia britânica, Jeremy Hunt.

O líder do Parlamento venezuelano, Juan Guaidó, autoproclamou-se na quarta-feira Presidente interino da Venezuela.

A Venezuela, país onde residem cerca de 300 mil portugueses ou lusodescendentes, enfrenta uma grave crise política e económica que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados da ONU.

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  • Carlos
    26 jan, 2019 Rio de Janeiro 13:55
    É um absurdo que uma única pessoa faça toda uma nação sofrer por causa das suas loucuras insanas. Ganância de poder e ''sem poder'' de fato. Esse ditador precisa urgentemente sair pelo bem do povo venezuelano.

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