Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Juiz Carlos Alexandre rejeita repto para candidatura às eleições europeias

03 jan, 2019 - 18:20 • Lusa

Apesar da recusa, o partido Nós, Cidadãos! mantém a esperança de que, até perto das eleições europeias de 26 de maio, o juiz aceite o convite para encabeçar uma lista.

A+ / A-

O juiz Carlos Alexandre rejeitou, esta quinta-feira, o desafio formulado pelo partido Nós, Cidadãos! para encabeçar uma lista às eleições europeias de 26 de maio, afirmando não estar no seu “horizonte pessoal qualquer intervenção política”.

“Nunca equacionei qualquer carreira política ao nível nacional ou outro”, respondeu Carlos Alexandre numa declaração escrita enviada à agência Lusa.

“Confirmo que tenho sido abordado por individualidades da nossa vida democrática no sentido supra apontado [candidatura às europeias], tendo referido não estar no meu horizonte pessoal qualquer intervenção política que, aliás, me está vedada, em decorrência do Estatuto dos Magistrados Judiciais”, justificou o juiz.

O Nós, Cidadãos! tinha desafiado o juiz Carlos Alexandre a ser o cabeça de lista do partido às próximas eleições europeias de maio, através de um comunicado colocado no seu "site".

“Como garantia de uma liderança firme e respeitada, que o seu passado amplamente lhe confere, (...) vem o Nós, Cidadãos! apelar ao juiz Carlos Alexandre para que encabece a lista de deputados de uma candidatura de cidadãos ao Parlamento Europeu”, afirma no comunicado.

O partido afirma que a escolha de Carlos Alexandre foi feita “após um longo diálogo e contactos que ainda prosseguem com movimentos cívicos de todo o continente, Regiões Autónomas e Portugueses da Lusofonia, com representantes da sociedade civil, do patronato e dos sindicatos, com um ex-Presidente da República e ex-candidatos presidenciais”.

Carlos Alexandre salientou: “Sinto-me honrado pelo apelo que vem da sociedade civil e que estou certo não pretende qualquer aproveitamento do meu nome e imagem o qual, na eventualidade, repudio”.

A terminar a declaração, o juiz refere ainda que “nada mais tenho a comentar ou a declarar a este propósito”.

Nós, Cidadãos! ainda acredita

Depois de conhecida a recusa de Alexandre, o partido Nós, Cidadãos! mostrou-se esperançado que, até perto das eleições europeias de 26 de maio, o juiz aceite o convite para encabeçar uma lista do partido ao Parlamento Europeu.

O presidente do partido, Mendo Castro Henriques, afirmou à agência Lusa que a posição de Carlos Alexandre, segundo a qual não está no seu “horizonte pessoal qualquer intervenção política”, apenas se refere ao momento atual.

“Vão aparecer mais apelos da sociedade civil [para se candidate], estamos convencidos que levarão a uma decisão favorável”, declarou Mendo Castro Henriques.

O juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal Carlos Alexandre (56 anos) tornou-se conhecido após ter decretado a prisão preventiva de personalidades como o ex-primeiro-ministro José Sócrates ou do banqueiro Ricardo Salgado, sendo chamado de “superjuiz”.

As eleições para o Parlamento Europeu estão marcadas para o próximo dia 26 de maio e já são conhecidos os cabeças de lista João Ferreira (eurodeputado, CDU), Nuno Melo (eurodeputado, CDS-PP), Marisa Matias (eurodeputado, BE), Paulo Sande (assessor do Presidente da República, Aliança) e Francisco Guerreiro (assessor parlamentar, PAN).

O Nós, Cidadãos! é dirigido por Mendo Henriques e foi reconhecido como partido pelo Tribunal Constitucional em 23 de março de 2015. Nesse ano, concorreu às eleições legislativas e obteve 22.439 votos (0,4%), o que não lhe permitiu eleger qualquer deputado.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+