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Rússia imiscuiu-se em "todas as grandes redes sociais" para influenciar eleições dos EUA

17 dez, 2018 - 14:24 • Redação

As conclusões constam de um relatório do Senado norte-americano. Os russos esforçaram-se para convencer eleitores tendencialmente democratas, sobretudo afro-americanos, a ficar em casa ou votar em alternativas a Hillary Clinton.

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Os esforços dos russos para influenciar as eleições presidenciais nos Estados Unidos da América, em 2016, focaram-se "de forma desproporcional" na comunidade afro-americana, revela um relatório do senado que foi apresentado esta segunda-feira nos Estados Unidos.

Segundo o relatório, a campanha de interferência através de "todas as grandes redes sociais" partiu sobretudo de uma empresa chamada Internet Research Agency, sedeada em Moscovo, que é dirigida por Yevgeny Prigozhin, uma figura próxima de Vladimir Putin.

De acordo com o relatório, funcionários da empresa criaram contas falsas nas mais diversas redes sociais, com o objetivo de incentivar os americanos a votar em Donald Trump. Mas uma quantidade significativa dessas contas tinha como principal objetivo levar grupos de eleitores que tradicionalmente votam no Partido Democrata a abster-se ou a votar na candidata do Partido Verde, enfraquecendo assim as probabilidades de Clinton conseguir a eleição.

Dados revelados ao Senado pelas redes sociais, incluindo o Facebook, Twitter e Instagram, mostram que pelo menos 30 dessas contas usavam uma linguagem e temas especificamente dirigidos a afro-americanos, um grupo que costuma votar em peso no Partido Democrata e nos seus candidatos.

Embora não seja possível estabelecer uma correlação, a verdade é que a abstenção entre afro-americanos cresceu em 2016, invertendo uma tendência de diminuição ao longo de duas décadas.

As contas criadas pela agência russa recorriam a temas e campanhas como o Black Lives Matter, que foi criada para se opor à violência policial contra negros nos Estados Unidos, e ao todo conseguiram arrecadar 1,2 milhões de seguidores, diz o relatório, citado pelo jornal “New York Times”. A estas somam-se sete contas dirigidas à esquerda e contavam com perto de 700 mil seguidores. Havia ainda 25 contas dirigidas à direita, que acima de tudo elogiavam Donald Trump e contavam com 1,4 milhões de seguidores.

Um outro estudo, também conhecido esta semana, revela que ao contrário do que se pensava, o enfoque principal da campanha russa não foi o Twitter e o Facebook, mas sim o Instagram.

Donald Trump tem negado qualquer conluio com os russos nas eleições de 2016, embora haja uma investigação em aberto.

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  • JMC
    17 dez, 2018 USA 19:53
    Este relatório vai cair em saco-roto, pois a maioria dos senadores é republicano––o mesmo partido político já usurpado pela família criminosa/mafiosa de Trump. Cá nos EUA, temos hoje em dia o melhor governo que o dinheiro pode comprar.

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