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Técnicos de diagnóstico e terapêutica em protesto. É a quinta greve do ano

05 dez, 2018 - 06:44

A paralisação irá decorrer durante todo o mês de dezembro, em dias intercalados. Vai ser mais difícil fazer exames e análises.

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Os técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica iniciaram a quinta greve este ano e vão realizar concentrações em Lisboa e no Funchal para exigir a conclusão do processo da revisão da carreira.

Segundo os sindicatos que promovem o protesto, a paralisação afetará praticamente todos os serviços de saúde, com especial incidência nos blocos operatórios, altas e internamentos hospitalares, diagnósticos diferenciados em todas as áreas de intervenção clínica, planos terapêuticos em curso, distribuição de medicamentos e prevenção em saúde.

A greve, a quinta este ano, arrancou às 00h0 de hoje com uma "paralisação total do trabalho" até às 24h00 de quinta-feira, sendo assegurados "apenas os serviços mínimos previstos na lei", afirma o Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas do Diagnóstico e Terapêutica.

A paralisação irá decorrer durante todo o mês de dezembro, em dias intercalados, em defesa da conclusão do processo negocial de revisão e regulamentação das carreiras dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (TSDT). Estes dias de greve são acompanhados por ações de protesto público e denúncias de atitudes de desinvestimento nas áreas dos meios complementares de diagnóstico e terapêutica, referem os sindicatos.

Estes profissionais consideram inaceitável que o Governo possa tentar encerrar o processo negocial, unilateralmente, sem acordo com os sindicatos.

"O Governo continua sem deixar outra alternativa aos sindicatos e aos TSDT. Marca uma reunião só para o dia 10 de dezembro, sem apresentar, até ao momento, novas propostas negociais, insinuando também a pretensão de encerrar as negociações", afirma o presidente do sindicato, Luís Dupont.

Os TSDT são constituídos por 19 profissões e abrangem áreas como as análises clínicas, a radiologia, a fisioterapia, a farmácia, a cardiopneumologia, entre outras, num total de cerca de 10 mil profissionais em exercício nos serviços públicos de saúde.

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  • Helena Fonseca
    08 dez, 2018 Lisboa 18:48
    Nos últimos anos temos vivido tempos conturbados, que culminam com uma degradação progressiva do SNS. Por diversas vezes alertou-se o governo para a situação precária da carreira de TSDT, e não só. Tem sido um fechar de olhos constante a vários níveis, carência de TSDT em praticamente todos os hospitais, listas de espera “gigantes” em muitos dos meios complementares de diagnóstico e terapêutica, para as condições precárias de trabalho em alguns serviços, para muito do nosso parque tecnológico que se incontrastável obsoleto, numa tentativa de melhoria de meios, serviços e tratamentos para os nossos doentes. Ao longo destes 20 anos os TSDT têm lutado por melhores condições de trabalho, por uma carreira justa e pela dignificação das várias profissões que compõe a nossa classe. As reinvidicações sindicais têm praticamente infrutíferas, o Governo insiste num adiar constante. Não vamos aqui esmiuçar muito o que poderá estar na base de isto nos estar a acontecer. Todos sabemos que as causas são mais que muitas: questões políticas acima do interesse comum, enviesamentos e mordomias de outras classes, interesses instalados, o facto de ainda sermos uma profissão muito recente, as anteriores direções de alguns sindicatos, sindicatos que muitas das vezes também não se entendiam… Ou mesmo o simples facto de muitos de nós aceitarem ganhar o que ganha uma empregada de limpeza, sabe-se lá bem porquê??!!! Enfim… muitos mais poderia aqui dizer, que fizeram com que a desvalorização dos TSDT’s se fosse instalando no sistema. Aceitámos e/ou acodomodamo-nos ao longo de muitos anos, principalmente após sermos licenciados e continuámos a “Ser o parente pobre” do SNS. Mas… Vamos todos reflectir… Não temos direito a uma carreira digna??? Não temos direito à justiça e à igualdade em relação aos nossos pares, que se cruzam connosco todos os dias??? De uma coisa todos temos a certeza, dentro das nossas qualificações profissionais, somos os funcionários públicos mais mal pagos do país. Apesar de exaustos e defraudados estamos novamente em luta!!! Pela vontade enorme em mudar o rumo à Classe…Não vamos desistir!!! Já passámos várias vezes por desafios de luta e de greves bem profundas e incisivas. Esta, é só mais uma! Lamentavelmente, estamos a parar o SNS em Dezembro, com uma greve de 12 dias, pelos 12 meses de esquecimento deste governo sobre a nossa classe. A escolha não foi nossa… Muito pacíficos, educados e pacientes temos sido até aqui. Agora já não há retorno possível!!! Por isso, recordo, porque todos estamos aqui por um SNS de excelência, com profissionais de várias classes que primam pela qualidade e rigor científico e Técnico Pela justiça, pela igualdade e equidade da carreira dos TSDT

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