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Venezuela. Maduro cede e ONU liberta 9,2 milhões de dólares para combater fome no país

27 nov, 2018 - 15:23 • Tiago Palma

Valor destina-se a prestar apoio nutricional a crianças menores de cinco anos, mulheres grávidas ou lactantes e a estratos mais vulneráveis da população.

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Hoje, na Venezuela, há escassez de quase tudo, desde alimentos a medicamentos e poder de compra para os ter, atravessado que está o país, desde 2014, por uma inflação galopante.

No entanto, e apesar das críticas da comunidade internacional, e de a crise humanitária ter levado ao êxodo de mais de um milhão de venezuelanos, o Presidente Nicolás Maduro recusou sempre receber qualquer tipo de apoio financeiro, nomeadamente das Nações Unidas.

Acredita o presidente venezuelano que recebê-lo significaria uma assunção de culpa pela situação dramática que o país atravessa, o que por sua vez despoletaria uma intervenção militar externa na Venezuela (Maduro chegou a acusar, em setembro, a Organização de Estados Americanos de estar a preparar essa intervenção).

Isto mudou esta semana, quando perante a cedência do Presidente a ONU anunciou que, através do Fundo Central de Resposta de Emergência (CERF), disponibilizará 9,2 milhões de dólares (cerca de 8,14 milhões de euros) em ajuda humanitária ao país.

É a primeira vez que a ONU desbloqueia fundos de apoio à Venezuela desde o início da crise há quatro anos.

O valor destina-se, essencialmente, a prestar apoio nutricional a crianças menores de cinco anos e a mulheres grávidas ou lactantes, bem como a estratos da população mais vulneráveis.

À Renascença, Ana Cristina Monteiro, da Associação da Comunidade de Imigrantes Venezuelanos na Madeira, ressalta que já se aguardava esta abertura por parte do regime venezuelano desde há cerca de dois anos.

"É uma muito boa notícia, realmente há dois anos que já estávamos à espera disto, tendo em conta a situação que tem vindo a piorar na Venezuela. O facto de ele reconhecer finalmente que [a Venezuela] está a precisar de ajuda humanitária vai facilitar a situação de vida de tantos venezuelanos e portugueses que residem lá. Como sabemos a carência de alimentação e medicamentos tem sido uma grande preocupação de nós que estamos fora."

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