Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Derrocada em Borba. Costa diz que “não há evidência da responsabilidade do Estado”

23 nov, 2018 - 22:29 • Eunice Lourenço

Primeiro-ministro defende que circunstâncias que levaram à demissão de Jorge Coelho, em 2001, não são comparáveis às dos incêndios, mas não se pronuncia sobre o que devia fazer o autarca de Borba.

A+ / A-

Veja também:


O primeiro-ministro garante que serão pagas indemnizações às famílias das vítimas da derrocada da estrada de Borba, mas só se for provada responsabilidade do Estado. E alertou que os municípios são juridicamente distintos do Estado.

"Se houver alguma responsabilidade com certeza, mas, ao contrário de outras circunstâncias, não há uma evidência da responsabilidade do Estado", disse António Costa numa conferência de imprensa, que decorreu na Casa de Allen, no Porto.

Costa, que foi questionado mais do que uma vez sobre este caso, marcou as diferenças deste acidente com outros como o da queda da Ponte de Entre-os-Rios, em 2001, que era "uma infraestrutura do Estado e não do município". E como os incêndios do ano passado, em, “independentemente de haver ou não omissão por parte da proteção civil”, o primeiro-ministro considerou que se “impunha” o Estado avançar com as indemnizações, mas elas ainda podem vir a ser imputadas a terceiros.

No caso do acidente de Borba, o primeiro-ministro fez questão e lembrar que "a estrada não é da gestão das infraestruturas do Estado desde 2005" e, questionado se a responsabilidade do Estado não inclui os municípios, respondeu: "O Estado é uma pessoa coletiva pública distinta dos municípios. Não me compete a mim estar a apurar se há ou não responsabilidade do município enquanto titular da estrada, mas também não me compete substituir-me ao município em eventuais responsabilidades.”

Em relação a este caso, ocorrido na segunda-feira, o primeiro-ministro até começou por dizer que "não se devem antecipar as conclusões sobre as causas da tragédia, imputando à Câmara Municipal responsabilidades que podem não ser dela ou desonerando a autarquia de responsabilidades que possa vir a ter". E lembrou os vários inquéritos já em curso.

Mas, mais à frente na conferência de imprensa, questionado pela Renascença sobre as diferentes atitudes políticas face a acidentes desde que Jorge Coelho se demitiu de ministro das Obras Públicas na noite da queda da Ponte de Entre-os-Rios, deixou implícito, mais por gestos do que por palavras, que essa deveria ser a atitude do presidente da Câmara de Borba.

“Tenho profunda admiração pelo gesto adotado pelo ministro Jorge Coelho. As circunstâncias em que o fez não são comparáveis com o que aconteceu com os incêndios, seja no Funchal, seja em 17 de junho, seja em 15 de outubro. Quanto a esta última situação [Borba] não me vou pronunciar”, respondeu o primeiro-ministro.

O deslizamento de um grande volume de terras e o colapso de um troço da estrada entre Borba e Vila Viçosa, no distrito de Évora, para o interior de poços de pedreira ocorreu na segunda-feira às 15h45.

Segundo as autoridades, o colapso de um troço de cerca de 100 metros da estrada terá arrastado para dentro da pedreira contígua, com cerca de 50 metros de profundidade, uma retroescavadora e duas viaturas civis, um automóvel e uma carrinha de caixa aberta.

Na terça-feira à tarde foi retirado o corpo de um dos dois mortos.

Tópicos
Saiba Mais
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • VIRIATO
    28 nov, 2018 CONDADO PORTUCALENSE 11:13
    Estes governantes sem vergonha nenhuma, nem respeito pelos mais elementares pilares de um estado de direito: a responsabilidade moral e material da falta de protecção aos cidadão da nossa nação. Interior abandonado, desertificado, desmilitarizado, desindustrializado, enganado pela propaganda da esquerda da foice e do martelo, da esquerdalha caviar e ponta de lança da turma lgbt. Aqui em Portugal com um povo atrasado e manipulado, vai demorar uns bons anos a invertermos, a dislexia, a diminuição do Q.I., a falta de cultura cívica, moral e familiar que neste momento grassa na sociedade portuguesa. Aos verdadeiros Portugueses digo...temos uma missão hercúlea pela frente, mas precisamos de todos aqueles que querem outra nação para os nossos compatriotas. Vamos dar força ao Partido Nacional renovador e dar voz aos verdadeiros nacionalistas.
  • rx
    26 nov, 2018 lx 23:06
    A responsabilidade é do vizinho. Tens cá uma lata.
  • ÁLvaro
    24 nov, 2018 Alvarinho 14:28
    Por um lado até estou de acordo. Quem são verdadeiramente responsáveis, são as pessoas que estão à frente dos cargos públicos. Só há uma forma de acabar com esta pouca vergonha. Tem que acabar a mera responsabilidade politica dos governantes. É preciso responsabilizar criminalmente, CADEIA JÁ!

Destaques V+