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Hora da Verdade

BE quer papel assinado na próxima legislatura: "Gostamos de ter as coisas escritas e claras"

18 out, 2018 - 00:04 • Eunice Lourenço (Renascença) e Helena Pereira (Público)

Catarina Martins diz, em entrevista à Renascença e ao Público, que “todos os partidos têm a responsabilidade de apresentar soluções de Governo”.

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Catarina Martins. "Esperemos que não haja retrocessos" no sector da Energia
Catarina Martins. "Esperemos que não haja retrocessos" no sector da Energia

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Não sente que aumentou a animosidade do PS em relação ao BE?

As questões não são de animosidade. São de relações de forças. Política é isso.

O PS tem admitido que se não tiver maioria absoluta não precisa de novos acordos. Rio já mostrou abertura para alguns entendimentos com o PS. O PR já disse que não exigirá acordos escritos como fez Cavaco. Ou seja, haverá uma geometria variável. O BE está disponível para isso nesses termos?

Agora estamos a negociar este OE. Não temos pressa porque há ainda muito por fazer. Queremos mesmo estar a discutir se há ou não papéis assinados numa próxima legislatura? O caminho vai só a meio.

Foi o próprio Francisco Louçã que há duas semanas na TSF defendeu que o BE devia exigir um acordo escrito e que tornaria as coisas mais claras.

Não é novidade para ninguém que nós, no BE, gostamos de ter as coisas escritas e claras. É óbvio. Fizemos isso em 2015 e no acordo para Lisboa. O compromisso político não é só um problema de oportunidade, de conveniência momentânea. Tem que ter como base compromissos mais vastos, compromissos com o país como o de recuperar as pensões ou baixar o número de alunos por turma ou ter mais manuais gratuitos. Estava escrito e é forte por isso. A clareza é a grande força desta legislatura.

O PCP já disse que dispensa acordos escritos na próxima legislatura. Têm assim entendimentos diferentes.

Fazer agora este debate é um bocadinho abstrato. Os partidos têm que apresentar os seus programas e as pessoas têm que votar no programa em que se reconhecem. A ideia do voto útil ficou bastante destruída com as últimas eleições. Hoje não há dois partidos ou dois e uma muleta a decidir quem é que pode ter soluções do Governo. Todos os partidos têm a responsabilidade de apresentar soluções de Governo. Quando pusemos no papel as nossas propostas, as pessoas passaram a poder confiar. Isso é legitimar a democracia. A democracia é boa quando é clara.

Por que é que não fez questão que os professores fossem uma matéria orçamental? Não facilitaram um bocadinho a tarefa ao Governo?

O Governo é que fez um bypass ao Orçamento. Vamos ver como vai lidar com isso. Aprovámos um orçamento no ano passado que dizia que o tempo de serviço tinha que ser contado para todos os funcionários públicos. O descongelamento é que podia ser faseado. O Governo apresentou um Decreto Lei sobre professores em que só conta uma parte, não faz o que está no OE. Do nosso ponto de vista, estão a contrariar o que ficou aprovado. O Governo está a tomar uma decisão que não pode fazer. O PR ainda não promulgou e por isso aguardamos a sua decisão. Se promulgar, faremos uma apreciação parlamentar para o alterar.

Como é que o BE explica ao seu eleitorado que, apesar de o Governo não cumprir o que ficou acordado no OE do ano passado, vai viabilizar este OE? Ou seja, que o Governo enganou os professores.

Está a perguntar-me se nós devíamos fazer uma moção de censura ao Governo? Achamos que é melhor fazer uma apreciação parlamentar. Já o fizemos no passado com a TSU patronal e conseguimos fazer essa medida andar para trás.

O caso Robles não veio beliscar a capacidade negocial do BE?

Não creio. Foi um erro, que foi assumido. Houve necessidade de trocar o vereador em Lisboa e isso foi feito. Desde que soubemos da situação até à demissão passaram 72 horas.

António Costa disse ter ficado surpreendido com os pecadilhos de Ricardo Robles. Ficou surpreendida com esta declaração?

Não terá sido o seu momento mais inspirado mas todos temos momentos menos bons.

Comentários
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  • Helena Matos
    20 out, 2018 Coimbra 17:49
    Pois, a moçoila aprendeu qualquer coisa com a história do Robles. Agora é tudo no papelucho, não vá o diabo tecê-las. Eu, se fosse a Catarina, aproveitava e pedia aos camaradas o gatafunho a jurar não ser especulador imobiliário se andasse a botar faladura conta os mesmos; nao ser candidato a fundos europeus se se é contra a Europa especuladora; não pôr a filharada em escolas privadas, se andasse a defender a escola pública com unhas e dentes; nâo fosse a correr para a clínica particular se andasse em manifestações a favor do SNS todos os dias; não andasse a atulhar a cidade com o popó ou de táxi se se aconselham os transportes publicos ao povoréu; nao fazerem como o menino Pablo do Podemos q berrou contra a compra de um casinhoto de mais de meio milhão de euros por parte de um ricaço qualquer e fez o mesmo. No fim era capaz de ficar sem ninguém nas fileiras, é verdade. mas talves ganhasse alguma credibilidade.
  • Cidadao
    20 out, 2018 Lisboa 13:04
    Vocês foram tão direitinhos, parar ao bolso do PS, que nem parecem políticos profissionais. E a coisa só não parece pior, porque um veterano destas lides (PCP) vos está a fazer companhia... Uns e outro, foram "comidos" cá com uma pinta ...
  • Petervlg
    18 out, 2018 Trofa 17:31
    Ouvir esta Catarina, é mesmo de rir, é que a Catarina julga-se a maior, a melhor, e isto só está assim, por causa do BE, anedótico. está é mais uma que está a "engordar" a custa do povo
  • António Tadeu
    18 out, 2018 Alamda 09:37
    Ultimamente tenho estado a acompanhar as explicações sobre o orçamento do estado para 2019. A representante do BE fala que não chega a quase ninguém esta (para mim muito, mas muito residual) descida da fatura da luz pois a potência contratada de 3,54 é para pouca gente... Pois faço parte dessa pouca gente, vivendo num apartamento com um agregado de cinco pessoas, tendo vários equipamentos elétricos (comprados para baixo consumo) e disse a BE que fica abaixo da taxa social... Olha fiquei a saber que provavelmente vou requerer o RSI (fico em casa, vou ao café, livros escolares e refeições na escola de borla, bebo uma jolas, consumo tabaco, compro sacos de plástico para levar para casa umas garrafas de sumol (importante para a minha dieta) e faço uns biscates... Bem... vou trabalhar porque faço parte da classe média que tudo paga a TODOS; quanto ao contador da eletricidade vou manter esta pequena poupança.

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